Um novo processo acusa Mark Zuckerberg e outros executivos e diretores da Meta Platforms de não fazerem o suficiente contra grupos de tráfico sexual e exploração sexual infantil no Facebook e no Instagram.
A denúncia, tornada pública na segunda-feira (20) por vários fundos de pensão e de investimento que possuem ações da Meta, afirma que a liderança e o conselho de administração da empresa falharam em proteger os interesses da companhia e dos acionistas, fechando os olhos para “evidências sistêmicas” de atividades criminosas.
Dada a falha do conselho em explicar como tenta erradicar o problema, “a única inferência lógica é que o conselho decidiu conscientemente permitir que as plataformas da Meta promovam e facilitem o tráfico sexual/humano”, afirma a denúncia.
A Meta rejeitou a argumentação do processo.
“Proibimos a exploração humana e a exploração sexual infantil em termos inequívocos”, afirmou a companhia em comunicado nesta terça-feira (21). “As reivindicações neste processo descaracterizam nossos esforços para combater esse tipo de atividade. Nosso objetivo é impedir que pessoas que buscam explorar outras pessoas usem nossa plataforma.”
Zuckerberg, bilionário cofundador e presidente-executivo da Meta, disse ao Congresso dos Estados Unidos em 2019 que a exploração infantil era “uma das ameaças mais sérias em que nos concentramos”.
A Meta há muito enfrenta acusações de que suas plataformas são um paraíso para crimes como tráfico de pessoas e abuso sexual.
Em junho de 2021, a Suprema Corte do Estado norte-americano do Texas permitiu que três pessoas que se envolveram com seus agressores por meio do Facebook processassem a empresa, argumentando que a rede social não era uma “terra de ninguém sem lei” e imune à responsabilidade pelo tráfico humano.
A Meta enfrenta separadamente centenas de ações judiciais de famílias de adolescentes e crianças que alegam sofrer de problemas de saúde mental ao se tornarem viciados no uso do Facebook e do Instagram. Alguns distritos escolares também entraram com ações judiciais sobre o problema.
O processo de segunda-feira é um caso derivado, no qual os acionistas processam executivos e diretores que supostamente violaram seus deveres. Os danos neste caso, se concedidos, serão pagos à empresa, muitas vezes pelas seguradoras dos executivos e diretores, e não pelos acionistas.
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