Mapa de calor expõe desigualdade térmica entre bairros de Salvador

O estudo, nomeado "Observatório do Calor (Heat Watch Campaign)", foi liderado pelo professor Paulo Zangalli Júnior, do Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (Ufba)
Por: Brado Jornal 26.abr.2025 às 19h07
Mapa de calor expõe desigualdade térmica entre bairros de Salvador

Um levantamento realizado em Salvador, que mapeou o calor na área urbana, revelou que as temperaturas máximas podem variar até 6,5°C entre diferentes bairros durante o pico térmico da tarde.


O estudo, nomeado "Observatório do Calor (Heat Watch Campaign)", foi liderado pelo professor Paulo Zangalli Júnior, do Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A pesquisa investigou como o calor influencia o cotidiano dos moradores em casa, no trabalho e no lazer, além de buscar estratégias para reduzir os efeitos das altas temperaturas.


As medições ocorreram em três períodos do dia — manhã (6h às 7h), tarde (15h às 16h) e noite (19h às 20h) — utilizando sensores instalados em veículos da Defesa Civil. Foram coletadas 103.980 informações, posteriormente combinadas a dados de satélite, considerando relevo e circulação de ar para a criação dos mapas de calor.


Os resultados apontam que bairros com maior proximidade de áreas verdes ou corpos d'água mantêm temperaturas mais baixas, enquanto regiões densamente construídas, com escassez de vegetação e excesso de asfalto, registram calor mais intenso.


A pesquisa também reforça que o calor extremo é classificado como um desastre natural e que seus efeitos são distribuídos de forma desigual pela cidade. Áreas historicamente carentes de infraestrutura, com pouca arborização e moradores em situação de vulnerabilidade de saúde, sofrem mais com os impactos.


Segundo os mapas gerados, localidades de maior fragilidade socioeconômica, como Ilha de Maré, Massaranduba e Periperi, alcançaram temperaturas em torno de 34,6°C. Já bairros como Pituaçu, Pituba, Costa Azul, Graça e Vitória apresentaram máximas mais amenas, por volta de 28,1°C.


Com essas informações, o estudo pretende não apenas evidenciar as desigualdades térmicas de Salvador, mas também propor soluções, como o incentivo à arborização urbana, que pode melhorar consideravelmente o conforto térmico nas áreas mais atingidas.



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