O prefeito de Salvador, Bruno Reis, afirmou nesta segunda-feira (27), durante a abertura das discussões do Grupo de Trabalho (GT) de Desenvolvimento do G20, que a gestão municipal tem como prioridade promover o desenvolvimento sustentável e combater as desigualdades na capital baiana. O evento, que acontece até quarta (29) no Centro de Convenções, reúne lideranças de todo o mundo para debater as ações dos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação à Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Em Salvador, o tema desenvolvimento acaba sobrepondo todos os outros, por conta das sérias desigualdades sociais que ainda temos, herança de um processo histórico excludente. Mudar essa realidade tem sido alvo de incansáveis esforços municipais. É por isso que a maior parte de nossas obras e projetos é direcionada para a população mais vulnerável da cidade, de maneira a fortalecer seu potencial de inovação, criatividade e autonomia, para quebrar ciclos geracionais de desigualdade”, disse o prefeito.
O chefe do Executivo municipal reforçou o compromisso de aliar o crescimento econômico com a preservação ambiental. “As ações de Salvador são conduzidas através de um olhar de justiça climática, priorizando iniciativas que contemplem em especial os mais vulneráveis. Estamos comprometidos com a construção de uma cidade que respeita o meio ambiente, preserva sua rica herança cultural e oferece oportunidades iguais para todos os seus habitantes, tudo isso aliado ao crescimento econômico”, afirmou.
Entre as ações sociais mencionadas pelo prefeito, estão o Novo Mané Dendê, o Programa Vida Nova e o AfroEstima, iniciativa voltada para a qualificação profissional de afroempreendedores na cidade. Em parceria com o Conselho Britânico e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a gestão municipal já capacitou mais de 1.000 empreendedores pelo AfroEstima nas áreas da economia criativa e turismo.
Maior investimento público já feito no Subúrbio de Salvador, o Novo Mané Dendê engloba cinco bairros pobres e beneficia mais de 45 mil pessoas, com ações integradas de urbanização e recuperação ambiental, incluindo a renaturalização da Bacia do Rio Mané Dendê. “O projeto inclui obras de saneamento, mesmo não sendo uma responsabilidade da Prefeitura. A falta de saneamento adequado para aquela população era inaceitável e causava a poluição das águas do rio, aumentando o risco de doenças e alagamentos. Acesso a saneamento é dignidade e resiliência climática”, apontou o gestor municipal.
Já o Programa Vida Nova amplia serviços criados pela Prefeitura nos últimos anos, com novas ações. Com foco na progressão social, o projeto acolhe pessoas em vulnerabilidade social. Esse ano, serão 1,7 mil vagas. Onze novas Unidades de Acolhimento Residencial Transitório serão inauguradas, voltadas principalmente para pessoas em situação de rua com uso abusivo de substâncias psicoativas. O programa de Moradia Assistida oferece residências para famílias inteiras que se encontram nestas condições.
Ao destacar as iniciativas da Prefeitura no âmbito da sustentabilidade, Bruno citou dois documentos fundamentais: a Estratégia de Resiliência e o Plano de Ação Climática (PMAMC). “A cada ano que passa, Salvador vem se destacando mais a nível internacional e se posicionando como líder na promoção da ação climática. Fomos a primeira cidade da América Latina a integrar o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, nos comprometendo de maneira pioneira com metas extremamente ambiciosas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Estamos a caminho de zerar nossas emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2049, quando Salvador completará 500 anos”, afirmou.
Desenvolvimento
Em seu discurso, o embaixador Maurício Lyrio, sherpa (emissário do governo) do Brasil no G20, elencou o combate à fome, pobreza e desigualdade como alguns dos desafios globais mais urgentes. “Hoje temos no mundo cerca de 150 milhões de crianças até cinco anos de idade passando fome. Isso corresponderia à 9ª maior população de um país. Para tentar ajudar a reverter esse processo, o Brasil criou uma força-tarefa no G20 para lançar a aliança global contra a fome e a pobreza”, disse.
Ao fazer um balanço da presidência do Brasil no G20, o embaixador destacou a pauta proposta nesse período. “Estamos satisfeitos com os primeiros cinco meses da nossa presidência de turno do G20. Nossas prioridades foram bem recebidas, especialmente a ênfase na promoção do desenvolvimento e na redução das desigualdades. Nossos esforços relativos à mudança do clima e reforma da governança global também foram amplamente apoiados”, afirmou.
Além de sediar a 3ª Reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Desenvolvimento do G20, Salvador também receberá encontros do GT sobre Saúde, entre 3 e 6 de junho, e Cultura, de 4 a 8 de novembro. O embaixador lembrou que a capital baiana Salvador sediará no fim de agosto a Conferência Internacional da Diáspora e dos Afrodescendentes das Américas e do Caribe. “Salvador é uma das cidades com o maior percentual de população negra no Brasil e onde se percebem fortemente os laços históricos que unem o Brasil ao continente africano”, ressaltou.
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