A Prefeitura de Salvador, por meio de uma parceria entre as secretarias de Política para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e de Gestão (Semge) e do Fundo Municipal de Previdência do Servidor (Fumpres), realizou nesta quinta-feira (17) uma palestra sobre a Importância da Prevenção e do Enfrentamento à Violência contra a Mulher para servidores e funcionários do Município. O evento lotou o auditório da Semge, no bairro Dois de Julho.
A titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo, ministrou a palestra abordando assuntos como a violência contra a mulher, o machismo estrutural e a sociedade patriarcal. Ela lembrou que no ano passado, 74.930 estupros foram notificados no Brasil, entre os quais 61,8% foram de crianças e adolescentes de 0 a 13 anos, e que 88% das vítimas foram meninas. Além disso, o número de meninos vítimas de estupro também vem aumentando em relação aos anos anteriores.
“A gente está no Agosto Lilás e é muito importante conversar com todos os atores internos e externos sobre a importância do combate à violência contra a mulher na nossa cidade. Ir para os órgãos falar sobre isso é fundamental para que as próprias pessoas que estão na nossa rede e que se sintam nessa condição saibam a quem buscar ajuda”, afirmou Fernanda.
A subsecretária da Semge, Rafaela Pondé, destacou a palestra tem o objetivo de conscientizar, mobilizar, deixar as pessoas mais atentas e mostrar que existem órgãos da Prefeitura para prevenir e combater a violência contra a mulher por meio de diversas ações. “Quisemos trazer isso para dentro da Prefeitura para poder mostrar às pessoas, principalmente às mulheres, quais são os pontos aos quais devemos ficar atentas, os padrões de comportamento que nós precisamos observar. Quanto mais falarmos sobre os números e casos que acontecem na prática, maior será o número de pessoas mobilizadas, porque sensibiliza e cria empatia” destacou.
Profissional do Observatório da Discriminação Racial e LGBT, Violência contra Mulher da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), Milena Rebouças, foi uma das participantes da palestra como ouvinte. Para ela, o evento deixou todos mais atentos, percebendo melhor o ambiente familiar e profissional.
“Diariamente, acompanhamos casos de violência contra a mulher nos jornais e na TV, então é importante fazer esse alerta e trazer esses números para que a gente possa perceber que a violência contra a mulher está muito mais próxima do que imaginamos. Às vezes alguém faz um comentário disfarçado de brincadeira e a gente já normalizou tanto a questão da violência, que passa despercebido. Em uma palestra como essa, a gente percebe que aquela ‘brincadeira’, na verdade, foi uma violência”, opinou.
Celebração – A palestra ocorre para homenagear o Agosto Lilás, mês de conscientização da data de criação da Lei Maria da Penha, que completou 17 anos no último dia 7, e que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
A SPMJ atua em diversas frentes para a prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, por meio de atendimento referenciado e gratuito às mulheres no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRMALV), nos Barris, e no Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream), situado em Cajazeiras. Além disso, o órgão oferece acolhimento institucional a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, acompanhadas ou não de filhos com idade até 12 anos, na Casa de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (Camsid).
Em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia, a SPMJ também realiza um trabalho reflexivo, reeducativo e responsabilizante com autores de violência doméstica e familiar que estejam em cumprimento de medida protetiva de urgência expedida pelas varas de Violência Doméstica e Familiar por meio do Núcleo de Enfrentamento e Prevenção ao Feminicídio (NEF). Também são políticas de enfrentamento à violência contra a mulher o Observatório da Mulher, que apresenta dados estatísticos sobre a violência contra a mulher em Salvador, o Alerta Salvador e o Comitê de Violência Institucional do Município.
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