Nos quase três primeiros meses de 2023, a capital baiana não registrou morte em virtude da leptospirose, doença infecciosa causada pela urina dos ratos infectados, e apenas quatro casos foram confirmados, mantendo-se a média histórica anual. Os dados são resultado da atuação preventiva promovida pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
De dezembro de 2022 até esta sexta-feira (24), foram realizadas 492 ações preventivas, em localidades como Paripe, Coutos, Periperi, Plataforma, Lobato, São Caetano, Pirajá, Pau da Lima, São Marcos, Mata Escura, Sussuarana e Uruguai. Também abrangeu a região da orla, córregos e canais, entorno das feiras municipais, praças públicas como a da Piedade, Ana Lúcia Magalhães, dos Eucaliptos e Castro Alves, além das principais avenidas como a Vasco da Gama, Bonocô e Sete Portas. A iniciativa mobiliza 70 agentes de combate as endemias.
As atividades são orientadas pelo Programa de Controle da Leptospirose, no qual bairros com maior número de casos confirmados recebem atividades de inspeção, orientação e intervenção química, e com a aplicação de raticida quando necessário. Em 2022 foram contemplados principalmente os bairros de Paripe, Coutos, Periperi, Plataforma, Lobato, São Caetano, Pirajá, Pau da Lima, São Marcos, Mata Escura, Sussuarana e Uruguai.
“Nesse sentido, já intensificamos a intervenção química para reduzir a população de ratos nas regiões de maior incidência de Salvador e minimizar os riscos de transmissão da leptospirose. Essa mesma estratégia seguirá em locais que apresentam o perfil mais propício para a infestação de roedores”, destaca a veterinária Cristiane Yuki, chefe do setor de Vigilância e Controle das Zoonoses.
Conforme Cristiane, os casos de leptospirose notificados são investigados para avaliação ambiental e determinação do local provável de contaminação, e a partir disso, acontecem as ações para controle dos reservatórios. Além disso, ações preventivas complementares são realizadas cotidianamente na capital baiana, a exemplo das atividades de inspeção e desratização antes mesmo do período das chuvas, com o intuito de reduzir a infestação de roedores.
Chuvas – Diante do período chuvoso, Cristiane Yuki destaca que as possibilidades de transmissão da leptospirose e do número de casos da doença se amplificam. Ela observa que os casos de leptospirose acontecem principalmente em pessoas que reciclam ou entram em contato com materiais para reciclagem, sem equipamentos de proteção individual (EPIs).
Em casos de alagamento, a orientação para os cidadãos é fazer a manutenção do esgoto doméstico, para minimizar os riscos de adoecimento por leptospirose. Além disso, é importante que a população faça a sua parte para garantir a redução da infestação dos roedores na cidade.
“A intervenção química é um paliativo, mas o principal fator que contribui para o aparecimento de ratos é a oferta de alimentos e abrigos. Se a população continuar acumulando entulhos, descartando lixos e alimentos de forma inadequada, outros ratos irão aparecer. Recomendamos que os moradores adotem a prática de dispensar os resíduos somente em horários próximos aos da coleta diária. Hábitos como evitar lixo nas ruas e como acondicionar melhor os resíduos ajudam a reduzir as ocorrências da leptospirose”, conclui Cristiane.
Leptospirose – A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira, presente principalmente na urina de roedores, transmitida ao homem. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama tornando vulnerável qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas. As leptospiras presentes na água penetram no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento.
Os sintomas mais frequentes da leptospirose são parecidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas mais graves, geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados especiais. Para denunciar focos de roedores, os cidadãos podem solicitar a visita das equipes do Programa de Controle da Leptospirose, através do Fala Salvador 156 ou site www. falasalvador. ba. gov. br .
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