Especialista diz que chance de tsunami é remota, mas alerta para necessidade de investir em monitoramento: 'Somos vulneráveis'

A possibilidade tem gerado alvoroço entre baianos após o vulcão Cumbre Vieja, localizado nas Ilhas Canárias, no litoral africano, entrar em "sinal amarelo" para o risco de erupção
Por: Brado Jornal 17.set.2021 às 05h05
Especialista diz que chance de tsunami é remota, mas alerta para necessidade de investir em monitoramento: 'Somos vulneráveis'

O doutor em Oceanografia Geológica pela Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Piazza Meireles, afirmou que a chance da Bahia ser atingida por um tsunami é "remota", embora não descartável. 

A possibilidade tem gerado alvoroço entre baianos após o vulcão Cumbre Vieja, localizado nas Ilhas Canárias, no litoral africano, entrar em "sinal amarelo" para o risco de erupção, o que poderia provocar a ocorrência de ondas com grande capacidade de destruição na costa brasileira.

"Até onde a gente conseguiu identificar, houve uma série de tremores em um intervalo muito curto de tempo. Em três dias, mais de mil tremores. Mas a gente já viu tremor de terra aqui na Bahia e em outros locais [...] Existe possibilidade de acontecer? As chances são remotas, mas na ciência a gente nunca descarta nada", analisa Meireles.

Mais importante, na avaliação do oceanógrafo, é que o poder público invista em estruturas de monitoramento de desastres naturais. "O que eu acho que falta é investimentos na zona costeira e de recursos humanos para que a gente tenha capacidade de analisar cenários em tempo real, com assimilação de dados numéricos que respondam de maneira diária, como é a previsão do tempo", afirma.

"Nós somos vulneráveis. Qual a preocupação dos gestores em relação a preparar recursos humanos, equipar instituições para que nós possamos responder a essas demandas imediatas da sociedade? É quase nulo [...] Estamos suscetíveis a qualquer desastre natural, seja ele escorregamento de massa na costa, erosão costeira acentuada, derramamento de óleo... Fica um alerta de que um evento assim pode acontecer próximo do nosso litoral e o que estamos fazendo para monitorar, prever e alertar caso sejamos impactados por um risco geológico de uma magnitude maior?", questiona.



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