O Ministério da Igualdade Racial, comandado por Anielle Franco, solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Social que as famílias ciganas, quilombolas e de terreiros sejam priorizadas na distribuição de alimentos durante as ações emergenciais no estado do Rio Grande do Sul, afetado por fortes chuvas.
Paula Balduíno, diretora responsável pelas políticas de quilombolas e ciganos no ministério, disse à Folha de S. Paulo que desde o último final de semana, a pasta vem empreendendo esforços para identificar as famílias impactadas. Porém, ela ressalta a dificuldade desse trabalho de levantamento de informações, uma vez que algumas cidades ficaram sem energia, tornando algumas lideranças incomunicáveis.
Paula reportou que o ministério tem recebido vídeos e áudios de ciganos relatando os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo ela, é angustiante ouvir relatos como o de um senhor que perdeu o guarda-roupa da sua netinha.
Não podemos esquecer que 203,8 mil pessoas estão fora de suas casas, a maioria delas perdeu tudo. Pior que isso são as famílias de pelo menos 90 mortos e também as famílias das 131 pessoas desaparecidas, tudo o que está acontecendo no Rio Grande do Sul é angustiante para todos, não só quilombolas e ciganos estão precisando de ajuda.
O Ministério da “Desigualdade” Racial
Paula afirmou que outras necessidades estão sendo mapeadas, incluindo a possibilidade de resgate de alguma família. A diretora também chama a atenção para as dificuldades logísticas em alcançar essas famílias.
“A princípio, teremos que elaborar uma estratégia para transportar esses alimentos de helicóptero para muitas dessas famílias. Portanto, uma parte da nossa equipe está totalmente dedicada a realizar esse levantamento e trabalhar em conjunto com os demais órgãos na construção dessa logística“, destaca Paula.
As palavras de Paula fazem sentido, mas se forem direcionadas a todos os gaúchos que foram atingidos pela tragédia e que neste momento estão desabrigados, ilhados, sem alimento e nem onde dormir.
Mais uma vez o Ministério da Igualdade Racial demonstrou acreditar que as raças não sejam realmente iguais.
O Antagonista entrou em contato com o Ministério da Igualdade Racial para saber qual o motivo do pedido de prioridade para os ciganos, quilombolas e terreiros, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
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