O escândalo de fraude no INSS, que envolveu desvio de bilhões de reais, tem gerado tensões dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), deixou claro que, caso o presidente decida demitir o ministro da Previdência, Carlos Lupi, o partido abrirá mão de indicar um substituto para o cargo. A declaração ocorre após a Polícia Federal desmantelar um esquema de fraudes bilionárias, cujos impactos já geraram desconfiança na gestão da pasta.
Heringer criticou o Ministério da Previdência, destacando que ele virou "o patinho feio" do governo, constantemente responsabilizado por problemas como os abusos nos descontos de aposentados e a crise do INSS. O parlamentar também afirmou que o PDT tem se concentrado em outras áreas para contribuir com a administração de Lula, e sugeriu que o partido não se envolveria mais na pasta enquanto continuar a ser responsabilizado pelos erros alheios.
Do outro lado da equação, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) defendeu que a demissão de Lupi poderia prejudicar os beneficiários da Previdência, ressaltando que o ministro tem trabalhado em alinhamento com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) para coibir abusos.
A operação "Sem Desconto", deflagrada pela PF em 23 de abril, revelou o desvio de até R$ 8 bilhões de aposentados e pensionistas, com a maior parte dos descontos realizados de forma irregular. O governo promete devolver os valores aos beneficiários, mas o processo depende do andamento das investigações.
Apesar de ter sido alertado sobre as fraudes no ano passado, Lupi nega qualquer omissão e garante que o governo não foi passivo diante do esquema. A situação continua a reverberar no cenário político, à medida que o escândalo ganha proporções cada vez maiores e a confiança na gestão da Previdência segue abalada.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...