Ministro nega omissão em fraudes do INSS e diz ter "consciência tranquila"

Carlos Lupi afirma que demissão de diretor prova que agiu para combater irregularidades
Por: Brado Jornal 28.abr.2025 às 08h00
Ministro nega omissão em fraudes do INSS e diz ter
Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), negou omissão diante do aumento dos descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pelo INSS. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Lupi afirmou que, embora soubesse das irregularidades desde 2023, agiu ao demitir o então diretor André Fidelis e nomear Vanderlei Barbosa para acelerar as investigações.

Atas do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) mostram que o ministro foi alertado sobre o problema em junho de 2023, mas somente em abril de 2024 o tema foi oficialmente incluído na pauta. Ainda assim, Lupi insiste:

"Não fui omisso em nada. A prova é que eu demiti o diretor."

O ministro também relatou que defendeu, inicialmente, a permanência do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, alegando que ele deveria ter amplo direito de defesa, mas acabou aceitando sua demissão a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

INVESTIGAÇÃO FEDERAL
A Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto para apurar fraudes estimadas em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O esquema envolvia descontos associativos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas, operados por entidades conveniadas ao INSS.

Entre os alvos de afastamento estão:

  • Alessandro Stefanutto (presidente do INSS);

  • Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho (procurador-geral do INSS);

  • Vanderlei Barbosa dos Santos (diretor de Benefícios);

  • Giovani Fassarella Spiecker (coordenador de Atendimento);

  • Jucimar Fonseca da Silva (coordenador de Pagamentos e Benefícios);

  • Um policial federal, não identificado.

Funcionamento do esquema:
As entidades aplicavam descontos em folha sem a autorização dos beneficiários, cobrando mensalidades associativas sem prestar os serviços prometidos. Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 70% das entidades não entregaram documentos comprobatórios.

Orientação ao cidadão:
Beneficiários devem verificar seus extratos no aplicativo ou site Meu INSS. Em caso de descontos indevidos, é possível solicitar a exclusão automática dos valores.



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