O caso de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) envolvendo desvios de benefícios de aposentados e pensionistas gerou preocupação no Palácio do Planalto, especialmente em relação à postura do ministro Carlos Lupi. O problema foi alertado em 2023, mas Lupi demorou quase um ano para tomar providências, com as fraudes sendo discutidas apenas em abril de 2024, dez meses após o alerta.
A situação causou desgaste no governo, e há uma avaliação interna de que Lupi deveria pedir demissão. No entanto, sua posição é delicada, pois ele é presidente do PDT, um aliado antigo do governo. Lupi também foi responsável por indicar os presidentes do INSS, Alessandro Stefanutto (afastado e demitido após a operação da PF) e Glauco Wamburg (exonerado em 2023 por uso irregular de recursos públicos).
A operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), chamada Sem Desconto, revelou um esquema de desvios que pode chegar a R$ 6,3 bilhões. De acordo com as investigações, 11 associações estariam descontando mensalidades dos aposentados sem a sua autorização. O relatório da CGU aponta que, entre junho de 2023 e abril de 2024, os descontos fraudulentos aumentaram de R$ 80,6 milhões para R$ 248,1 milhões.
A primeira medida concreta contra os golpes foi tomada em março de 2024, quando o INSS publicou novas regras para que as associações realizassem descontos nas aposentadorias com a devida autorização dos beneficiários. Os descontos suspeitos só foram interrompidos após a operação da PF e da CGU, quando as associações envolvidas foram descredenciadas.
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