O bolsonarismo baiano no Partido Liberal (PL) já traça suas estratégias para as eleições de 2026, com movimentações intensas entre seus principais nomes. O deputado estadual Leandro de Jesus está próximo de aceitar a proposta do presidente do PL baiano, João Roma, para concorrer a uma vaga na Câmara Federal, contrariando aliados e familiares que defendem sua reeleição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A decisão está vinculada a um acordo com Roma, que também planeja disputar uma cadeira de deputado federal, enquanto sua esposa, Roberta Roma, deve se afastar da vida pública.
A candidatura de Leandro, no entanto, enfrentará desafios. André Porciuncula, derrotado nas eleições de 2022 (federal) e 2024 (vereador), é o nome escolhido por Eduardo Bolsonaro para concorrer novamente a deputado federal. Diferentemente de 2022, Eduardo confidenciou a aliados que não pedirá votos para outros candidatos na Bahia, focando exclusivamente em Porciuncula. A estratégia, porém, é vista com ceticismo. Desde a derrota de Jair Bolsonaro em 2022, Porciuncula mora nos Estados Unidos, no Texas, e não mantém relevância política no estado. Além disso, o bolsonarismo baiano perdeu força desde 2023, elegendo apenas um deputado federal alinhado ao movimento, o que reduz as chances de Porciuncula.
Nos bastidores, Eduardo Bolsonaro é chamado de “bonecão” por políticos do centrão — termo que descreve figuras populares na internet, mas com pouca influência na política real, especialmente na Bahia. O próprio Eduardo sonha em concorrer ao Senado por São Paulo em 2026, mas enfrenta dificuldades. Em 2022, seu desempenho eleitoral foi inferior ao de Carla Zambelli (PL) e significativamente pior que em 2018, devido à falta de produção parlamentar na Câmara. As duas vagas ao Senado em São Paulo pelo PL serão divididas entre uma indicação do centrão e outra de opinião. Caso retorne ao Brasil, Eduardo provavelmente disputará ao lado de uma figura tradicional do centrão, que tende a ser o vencedor, enquanto Ricardo Salles, concorrendo pelo NOVO, é favorito para a outra vaga. Atualmente, Eduardo está nos Estados Unidos, alegando temor de ser preso no Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
O deputado federal Capitão Alden, preocupado com o “efeito Porciuncula”, busca alianças com prefeitos, vereadores no interior e parlamentares estaduais. Contudo, analistas consideram a estratégia limitada, já que cerca de 80% de seus votos em 2022 vieram de eleitores bolsonaristas. Embora cogitado para presidir o PL baiano, em meio ao enfraquecimento de João Roma, Alden perdeu a preferência para o pernambucano, mantido no cargo por Jair Bolsonaro.
Na esfera municipal, o vereador Cezar Leite (PL) é favorito para conquistar uma vaga na ALBA em 2026. Com quase 30 mil votos em Salvador em 2022, quando concorreu pelo PSC, Leite aposta no PL para garantir a eleição. Sua vitória pode abrir espaço na Câmara Municipal para o vereador Soldado Prisco, primeiro suplente, enquanto Alexandre Aleluia ainda não definiu seu futuro. O deputado estadual Diego Castro foca na reeleição na ALBA, fortalecendo bases no interior.
O PL baiano teme a entrada de políticos tradicionais do centrão, que poderiam usar os bolsonaristas como “rabeira” — termo que designa candidatos que se beneficiam da força eleitoral de aliados mais expressivos para angariar votos, sem compartilhar a mesma base ideológica.
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