O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou um projeto de lei nesta terça-feira (25) que visa obrigar os professores da rede pública municipal de São Paulo a usarem câmeras corporais durante as aulas, uma medida que já é adotada por agentes de segurança pública. O projeto justifica a utilização das câmeras como uma forma de proteger os educadores contra ameaças e agressões e melhorar sua capacitação profissional. No entanto, a proposta gerou críticas, com a oposição acusando a medida de ser uma perseguição a profissionais da educação.
Em sua defesa, Rubinho Nunes afirmou que o projeto busca combater o que ele chama de "crime silencioso" cometido por "doutrinadores travestidos de educadores", referindo-se a uma suposta agenda ideológica de esquerda nas escolas. Ele também alegou que o uso das câmeras poderia ajudar a garantir a segurança dos professores, já que, segundo ele, é "inadmissível" que haja casos de agressões em sala de aula.
A proposta prevê que os professores usem as câmeras durante as aulas e em todas as interações com os alunos, dentro ou fora do ambiente escolar. A justificativa de Rubinho Nunes também se alinha à política de segurança pública implementada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), embora a medida tenha sido recebida com ceticismo por membros da oposição.
Vereadores da oposição, como Toninho Vespoli (PSOL), que é professor, criticaram o projeto, apontando a falta de viabilidade financeira e questionando a necessidade de uma medida que, segundo ele, é inconsistente com a postura do vereador sobre o uso de câmeras por outros profissionais da segurança pública. Vespoli ainda criticou o impacto financeiro que a implementação do projeto teria nas finanças públicas.
Eliseu Gabriel (PSB), membro da Comissão de Educação da Câmara, chamou o projeto de "absurdo", sugerindo que o vereador Rubinho Nunes está apenas buscando causar polêmica para se manter em evidência política. Já Fabio Santos de Moraes, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), também manifestou seu descontentamento com a proposta, afirmando que a escola precisa de melhorias em áreas mais urgentes, como a valorização dos profissionais da educação e a oposição à privatização das escolas, em vez de ser um local de vigilância.
Embora o projeto tenha sido protocolado, ele ainda precisará passar pelas comissões de Educação e Constituição e Justiça da Câmara Municipal antes de ser levado ao Plenário para votação.
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