O diretório estadual do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) do Rio de Janeiro organizou uma manifestação na noite desta quinta-feira (24) para protestar contra a possível cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ). O parlamentar está sendo investigado por uma agressão contra o youtuber Gabriel Costenaro, do MBL (Movimento Brasil Livre), ocorrida em 16 de abril de 2024, na Câmara dos Deputados.
O ato aconteceu na Cinelândia, região central do Rio, e contou com discursos de Braga, parlamentares do partido e lideranças estudantis, todos defendendo a manutenção do mandato e criticando a condução política da Câmara dos Deputados. Glauber Braga, que chegou no final da manifestação, foi o último a discursar. Durante seu discurso, ele se referiu ao processo de cassação e criticou duramente o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmando que, apesar das pressões políticas, a força da verdade seria sua principal arma.
"A arma que a gente tem nesse momento é a verdade. Nós não temos e não usaríamos bilhões de reais do orçamento secreto. Nós não temos e não usaríamos instrumentos de coação, chantagem e pressão", afirmou o deputado, que também fez menção a outros parlamentares de sua bancada que enfrentam dificuldades semelhantes.
A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ), líder da bancada do partido, ressaltou que a cassação do mandato de Braga seria um ataque direto à esquerda. "Atacar o mandato de um deputado valioso, que enfrenta com coragem o orçamento secreto, os coronéis, que tem na força da sua palavra e das suas ações todo o poder do povo", declarou. A deputada destacou ainda que a ação representaria um golpe contra as liberdades democráticas.
O deputado Henrique Vieira (Psol-RJ) também se posicionou em defesa de Braga, destacando a importância de resistir à pressão política. "Arthur Lira pode ter dinheiro, poder e influência, mas nós temos rua, energia, fé, coragem e um projeto histórico", disse Vieira, enfatizando que a luta pela manutenção do mandato de Braga é uma tarefa fundamental para o Psol.
Cassação adiada
O protesto ocorreu no mesmo dia em que a análise do processo contra Braga foi adiada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) pediu vistas do processo, adiando a votação e dando mais tempo a Braga para conseguir votos favoráveis na comissão. O deputado Alex Manente (Cidadania-SP) apresentou um relatório contrário à defesa de Braga, que foi discutido durante a sessão.
O processo contra Braga
O processo contra Glauber Braga foi iniciado pelo Partido Novo, após a agressão a Gabriel Costenaro, no ano passado. No entanto, Braga e seus aliados acreditam que a punição, se confirmada, seria uma retaliação por sua atuação contra o orçamento secreto, uma medida que visava suspender a destinação de emendas orçamentárias de forma irregular.
O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, nega qualquer perseguição política contra Braga e refuta as acusações feitas pelo deputado. "De minha parte, refuto veementemente mais essa acusação ilegítima e ressalto que qualquer insinuação de irregularidades dará ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis", afirmou Lira em redes sociais.
Aliados de Braga também questionaram o que consideram uma articulação coordenada dentro da Câmara para favorecer a cassação do deputado, citando o adiamento da votação da ordem do dia e os procedimentos no plenário como sinais de manobras políticas contra o Psol.
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