Durante sua participação em um ciclo de palestras promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), abordou os desafios políticos que vislumbra para as eleições de 2026. Ele defendeu a permanência de Geraldo Alckmin (PSB) como vice-presidente em uma possível nova chapa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfatizando que essa posição é clara e unificada dentro de seu partido.
Campos, que é o único candidato à presidência nacional do PSB e deve ser aclamado no cargo até o final de maio, também refletiu sobre as dificuldades do cenário político futuro. Segundo ele, as eleições de 2026 serão marcadas por uma intensificação da polarização política e debates de menor profundidade, o que dificultaria a construção de consensos. Como exemplo, ele citou discussões sobre pautas identitárias, que, embora legítimas, não abordam os problemas centrais das áreas envolvidas.
O prefeito expressou sua preocupação com o avanço de discursos radicais no Legislativo, principalmente na direita. Ele observou que o Parlamento tende a radicalizar, o que deve refletir nas eleições de 2026, tornando-as mais polarizadas e com menor aprofundamento dos temas discutidos. Para Campos, isso representa um desafio significativo para a construção de um consenso mais amplo.
Apesar dessa visão sobre o cenário, João Campos acredita que o PSB tem uma oportunidade de se consolidar como uma alternativa de centro-esquerda, afastando-se tanto da polarização entre os extremos quanto do “centro muito pragmático” – uma crítica implícita ao centrão. No entanto, ele negou qualquer tipo de recado ao governo Lula, reconhecendo a importância da governabilidade e da construção de uma base sólida no Congresso, embora tenha apontado que a dinâmica da eleição de 2026 poderá ser mais desafiadora se os aliados de governabilidade não se mantiverem comprometidos.
Além disso, o prefeito do Recife também comentou sobre a comunicação do governo federal, avaliando que, embora o governo tenha feito mais do que a população percebe, a forma como as ações são comunicadas precisa ser aprimorada. Esse comentário surge em meio a críticas sobre falhas na comunicação institucional do Planalto.
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