O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o último dia 12, reclamou de um processo envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto assinava uma intimação emitida pela Corte. Durante o momento de entrega do documento, Bolsonaro se mostrou insatisfeito com a alegação de que "tudo no Supremo é secreto" e questionou a falta de acesso às informações do caso.
A cena foi registrada em vídeo, onde a oficial de Justiça explicou que o mandado de intimação foi expedido em 11 de abril, mas não foi entregue devido à internação de Bolsonaro, que passou mal durante uma viagem ao Rio Grande do Norte e precisou ser operado ao retornar a Brasília. O ex-presidente, então, questionou o sigilo dos documentos relacionados ao processo, em que é acusado de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado, e afirmou: “Tudo no Supremo é secreto!”
A servidora, por sua vez, respondeu que o mandado de intimação não estava em segredo de justiça e explicou que o sigilo sobre os autos da investigação havia sido levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, em 2022, para garantir maior transparência à apuração dos fatos, especialmente após a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro, no entanto, continuou se queixando da falta de acesso aos documentos, alegando que tanto ele quanto seus advogados não tinham acesso a grande parte dos autos, incluindo a minuta do suposto golpe. A oficial reiterou que a investigação estava, de fato, sem sigilo desde a decisão de Moraes.
Em nota, o STF explicou que a intimação de Bolsonaro foi necessária para o andamento da ação penal, que o ex-presidente enfrenta devido aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A Corte determinou que Bolsonaro apresentasse sua defesa em até cinco dias.
Bolsonaro se tornou réu em 26 de março de 2025, após decisão unânime da Primeira Turma do STF, que o acusou de estar envolvido em um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do Brasil. O ex-presidente também expressou insatisfação pela intimação ocorrer enquanto ele estava internado, classificando a atitude do STF como "falta de bom senso".
O julgamento do caso segue em andamento, e o ex-presidente terá até cinco dias para apresentar sua defesa.
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