O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou, na noite desta quarta‑feira (24), o diretor‑presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, Alessandro Stefanutto. A demissão — publicada em edição extra do Diário Oficial da União e não “a pedido” — foi ordenada horas depois de a Polícia Federal lançar a Operação Sem Desconto, que apura a cobrança irregular de mensalidades sobre benefícios de aposentados e pensionistas.
Além de Stefanutto, foram afastados o procurador‑geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho; o diretor de Benefícios, Vanderlei Barbosa dos Santos; o coordenador‑geral de Pagamentos, Jacimar Fonseca da Silva; e o chefe de Suporte ao Atendimento, Giovani Spiecker. Ao todo, 211 mandados de busca e seis de prisão foram cumpridos no DF e em 13 estados. Entre os bens apreendidos, carros de luxo como Ferrari e Rolls‑Royce avaliados em mais de R$ 15 milhões, além de US$ 370 mil em espécie.
Segundo a PF, entidades conveniadas ao INSS teriam descontado R$ 6,3 bilhões de 2019 a 2024 sob o pretexto de oferecer planos de saúde, seguros e auxílio‑funeral. Investigados podem responder por corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação documental, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A fraude foi revelada em série do portal Metrópoles, que mostrou salto de 300 % no faturamento de 29 associações enquanto enfrentavam mais de 60 mil processos judiciais por descontos indevidos. As reportagens motivaram auditorias internas, além de inquéritos na Controladoria‑Geral da União e na PF.
Em entrevista, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que Lula “acompanhou de perto” a operação: “É uma fraude contra aposentados, pessoas em situação vulnerável que se tornaram vítimas fáceis”.
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