Em entrevista à Folha de S.Paulo, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) voltou a afirmar que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estaria por trás do pedido de cassação de seu mandato. Segundo o parlamentar, a articulação teria motivação política, alimentada por atritos acumulados com o líder do Centrão.
“Ele [Lira] disse no plenário que ficaria muito feliz quando eu não mais ali estivesse”, relembrou Glauber. “Depois ele dá uma entrevista e, quando o apresentador questiona os casos de violência por parte da extrema direita, ele fala: 'Não é só da direita não, é da esquerda também'.”
Para o deputado do PSOL, o argumento de que ele seria “arestoso” ou “briguento” com outros parlamentares não justifica um pedido de cassação. “Quando você pergunta: ‘Mas isso seria motivo de cassação de mandato?’, todos vão te dizer: ‘Não, não seria’. Todos vão te dizer que se trata do Arthur Lira. Para mim, isso não é uma dúvida, é uma convicção.”
Apesar das críticas a Lira, Glauber fez questão de elogiar o atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pela condução do acordo que pôs fim à greve de fome do parlamentar. A negociação foi intermediada pelos deputados Sâmia Bomfim (PSOL), esposa de Glauber, e Lindbergh Farias (PT), líder do partido na Casa.
“O que eu posso dizer é que ele [Motta] cumpriu aquilo que foi pactuado com Sâmia e Lindbergh. Ele demonstrou preocupação para que eu não saísse da greve de fome”, afirmou.
Segundo Glauber, apesar de Motta ser visto como um sucessor político de Lira, sua postura no episódio foi distinta: “Ele deu a demonstração de que não é o Arthur Lira. Pode ter sido um candidato de continuidade, com compromissos herdados, mas neste episódio ele mostrou uma posição política diferente.”
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