A nota divulgada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, rebatendo um artigo crítico da revista britânica The Economist, foi recebida pela família Bolsonaro como um sinal de que a estratégia de internacionalizar o discurso político começa a surtir efeito. Segundo aliados próximos, o clã entende que a Corte se manteve inerte diante de críticas da mídia brasileira, mas reagiu ao ter sua atuação questionada por veículos da imprensa estrangeira.
A avaliação interna é de que Jair Bolsonaro acertou ao buscar apoio fora do país e que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao se licenciar para ampliar articulações nos Estados Unidos, teria dado um passo acertado. Ele mantém relações com parlamentares republicanos e interlocutores na Casa Branca, e atua para divulgar a narrativa de que seu pai é alvo de perseguição política no Brasil.
A embaixada norte-americana já emitiu, inclusive, uma nota apontando a existência de “censura” no país — declaração comemorada por bolsonaristas como reforço à denúncia de restrições à liberdade de expressão.
Repercussão internacional
A repercussão das decisões do STF não se restringiu ao mundo anglófono. Na Espanha, a recusa do governo local em extraditar o comunicador bolsonarista Oswaldo Eustáquio — investigado por tentativa de golpe e atualmente vivendo em Madri — levou o ministro Alexandre de Moraes a suspender um pedido de extradição de um traficante, o que acentuou o clima de tensão diplomática.
Diante desse cenário, aliados de Bolsonaro acreditam que há uma abertura crescente para o discurso que aponta supostos excessos do Judiciário brasileiro.
Barroso rebate revista
A The Economist, com 181 anos de história e considerada uma das publicações mais influentes do mundo, afirmou que ministros do STF concentram “poder excessivo”. Em resposta, Barroso declarou que o artigo “reverbera mais a narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que a realidade de uma democracia vibrante como a brasileira”.
A ofensiva externa da família Bolsonaro, que já havia feito ecos em mídias norte-americanas e espanholas, encontra agora novo combustível na atenção dada pela imprensa inglesa — um movimento que o entorno do ex-presidente pretende ampliar nas próximas semanas.
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