Boulos aciona MP contra Prefeitura de SP por morte de ambulante senegalês em operação policial

Deputado pede apuração de responsabilidades da gestão Ricardo Nunes após assassinato de Ngagne Mbaye durante Operação Delegada
Por: Brado Jornal 17.abr.2025 às 08h56
Boulos aciona MP contra Prefeitura de SP por morte de ambulante senegalês em operação policial
Marcello Casal/Agência Brasil

O deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) acionou o Ministério Público Estadual contra a Prefeitura de São Paulo e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) após a morte do ambulante senegalês Ngagne Mbaye, de 34 anos, durante uma abordagem da Operação Delegada no centro da capital.

A representação foi encaminhada na quarta-feira (16/4), e aponta a necessidade de investigação da responsabilidade da gestão municipal na abordagem policial. A Operação Delegada é um convênio entre a Prefeitura e o governo do Estado de São Paulo, que permite que policiais militares atuem, de forma remunerada pela Prefeitura, no combate ao comércio ambulante irregular.

Na ação, Boulos destaca que a Prefeitura gasta cerca de R$ 1 milhão por dia com a operação e critica o que chama de “amadorismo e irresponsabilidade” dos agentes envolvidos. Ele lembra ainda que há denúncias recorrentes de violência policial excessiva em ações da Operação Delegada.

“Os altos valores gastos pela Prefeitura contrastam com a irresponsabilidade na atuação dos agentes policiais, que, atuando sob comando da Prefeitura, assassinaram o senegalês Ngagne Mbaye”, diz a representação.

Ngagne Mbaye foi morto em 11 de abril, quando, segundo relatos, teria resistido à apreensão de suas mercadorias por policiais militares. Ele vendia chinelos de couro no bairro do Brás e enviava dinheiro para sua família no Senegal. Mbaye vivia há sete anos no Brasil e não tinha parentes no país.

Após ser baleado, ele chegou a ser socorrido, mas morreu antes de chegar ao hospital. A tragédia gerou protestos na Praça da República e reacendeu debates sobre racismo estrutural, xenofobia e violência policial em ações contra trabalhadores imigrantes.

Boulos defende que o Ministério Público abra uma investigação formal sobre a conduta da Prefeitura na condução da operação, que estaria, segundo ele, diretamente ligada à morte do ambulante.



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