A Polícia Federal revelou que empresas ligadas ao empresário José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo" na Bahia, movimentaram ao menos R$ 861 milhões em transações financeiras classificadas como suspeitas entre 2014 e 2025. A cifra integra um esquema que pode ter alcançado R$ 12,6 bilhões, segundo dados repassados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
As informações constam na representação da PF que embasou a terceira fase da Operação Overclean, deflagrada contra um grupo investigado por fraudes em contratos públicos financiados, em parte, por verbas oriundas de emendas parlamentares. Moura e o empresário Alex Parente são apontados como líderes da organização.
De acordo com o relatório da PF, R$ 80,2 milhões foram transferidos diretamente para contas de Moura, com indícios de que os valores seriam provenientes de desvios de recursos públicos. A maior parte dessas transações teria como origem a MM Consultoria Construções e Serviços Ltda, empresa controlada pelo empresário e que, sozinha, acumulou R$ 861.412.612,79 em operações atípicas.
“O esquema investigado envolve a movimentação de mais de R$ 12 bilhões, dos quais quase R$ 1 bilhão foram considerados suspeitos, com fortes indícios de lavagem de dinheiro”, destaca o documento da PF.
Segundo os investigadores, o volume financeiro movimentado ao longo de uma década reforça a gravidade dos crimes e o impacto sobre os cofres públicos, o que justificaria a adoção de medidas cautelares severas contra os envolvidos.
Na terceira fase da operação, a Polícia Federal voltou a pedir a prisão de Moura e Parente. Ambos já haviam sido detidos na primeira etapa da investigação, em 10 de dezembro de 2024, mas foram libertados dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
A defesa de José Marcos Moura não se pronunciou até o momento.
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