O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, voltou a colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no centro do tabuleiro político para as eleições presidenciais de 2026. Em entrevista publicada nesta terça-feira (15), pelo jornal O Globo, Marinho defendeu que Bolsonaro permanece como o principal nome da direita, mesmo após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível até 2030.
Crítico do que chamou de “precipitação” na escolha de um novo candidato, o parlamentar argumentou que o ex-presidente segue sendo a figura que sintetiza os anseios do eleitorado conservador. “A narrativa do Judiciário está impregnando as pessoas. Isso é deplorável. Para que velocidade nesse processo? O prazo é agosto de 2026. Bolsonaro está vivo, representa a direita e é necessário aguardar o desdobramento do processo”, afirmou.
Segundo Marinho, a definição de quem representará o campo conservador no pleito deverá partir do próprio Bolsonaro, mesmo que ele não possa ser candidato. “A esquerda é árida, não existem outras lideranças, exceto o Lula. Na direita, surgem outros nomes. Mas, quem dirá qual é o nome será Bolsonaro”, cravou.
Além da inelegibilidade, o ex-presidente virou réu no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Questionado sobre as recentes viagens de Bolsonaro pelo país, conhecidas como “Rota 22”, Marinho rechaçou a hipótese de que as movimentações estejam ligadas a um possível temor de prisão. Para ele, trata-se de uma agenda permanente de defesa do conservadorismo. “Ninguém mata um sentimento e uma ideia. A maioria da população é conservadora. A decisão política de 2026 passará por ele, seja ele o candidato ou não”, disse.
O senador também relacionou as viagens ao momento político e econômico vivido pelo governo Lula. “Hoje a população brasileira se vê machucada pela falência econômica do Brasil”, disparou.
Anistia e articulações no Congresso
Na mesma entrevista, Marinho comentou o avanço do projeto de lei que busca conceder anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O PL, partido de Bolsonaro, conseguiu reunir 264 assinaturas para apresentar o pedido de urgência na tramitação da proposta — número superior ao mínimo necessário, de 257 deputados.
Para o líder da oposição, o caminho para a aprovação do texto será pela via do diálogo. “Nós não temos tamanho no Congresso para uma obstrução eficiente. Eu advogo pela transigência, pela política”, declarou, destacando que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já sinalizou que a pauta poderá avançar se houver apoio suficiente. “É necessário dar conforto ao Motta, mostrar que o texto pode tramitar”, completou.
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