A cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ), aprovada na semana passada pelo Conselho de Ética da Câmara por 13 votos a 5, pode não ser o capítulo final do embate entre o parlamentar e seus adversários. Nos bastidores, ministros do governo Lula acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode intervir e reverter a decisão caso ela seja confirmada pelo plenário da Casa.
O julgamento definitivo ainda depende de votação entre os deputados, e líderes do Centrão avaliam que a tendência é pela confirmação da perda de mandato. No entanto, ministros com influência no STF enxergam uma possível brecha jurídica para anular a cassação — não necessariamente como um ato de proteção a Glauber, mas como um movimento de enfrentamento ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
De acordo com fontes ligadas ao Planalto, cresce no Supremo o incômodo com Lira, especialmente após os recentes embates relacionados ao pagamento de emendas parlamentares. A avaliação entre ministros é de que o processo contra Glauber tem contornos políticos e pode servir como instrumento de pressão, o que abriria espaço para questionamentos sobre a legalidade e a legitimidade da decisão da Câmara.
Glauber Braga, que tem protagonizado embates duros no plenário — incluindo a expulsão de um militante pró-Bolsonaro em vídeo recente —, tornou-se figura emblemática da ala mais combativa da oposição à direita. A possibilidade de cassação mobilizou não só o PSol, que promete intensificar a pressão política, mas também movimentos sociais e parlamentares de oposição que enxergam na decisão um precedente perigoso para a liberdade de expressão no Congresso.
Caso a Câmara confirme a cassação, o próximo passo poderá ser uma batalha judicial no STF, que deverá avaliar se houve abuso de poder ou desvio de finalidade no processo. A Corte, nesse contexto, pode se tornar peça-chave no desfecho do embate entre Glauber Braga e a atual cúpula da Câmara.
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