O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) enfrenta uma greve de fome que já dura 45 horas em protesto contra a cassação de seu mandato. Nesta quinta-feira (10), o parlamentar precisou receber soro fisiológico, por recomendação médica, após apresentar sinais de fragilidade. Segundo sua equipe, ele segue consumindo apenas água e isotônicos.
A medida extrema teve início na quarta-feira (9.abr), logo após o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovar a cassação de seu mandato. Durante a sessão, Braga anunciou que permaneceria em jejum até que a Câmara dos Deputados se pronunciasse de forma definitiva sobre o caso. “Tomei a decisão de usar a tática mais radical que um militante pode adotar. Permanecerei aqui, nesta sala, no Congresso Nacional, até o fim do processo”, declarou, em tom de resistência.
A origem da crise remonta a abril de 2024, quando o deputado se envolveu em um episódio de agressão contra o youtuber Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Segundo relatos, o influenciador foi expulso da Câmara “aos pontapés” após um desentendimento com Braga, que alegou ter sido intimidado.
O partido Novo apresentou então um pedido formal de cassação à Mesa Diretora da Câmara, acatado pelo então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O processo seguiu para o Conselho de Ética, onde o relator Paulo Magalhães (PSD-BA) emitiu parecer favorável à cassação — decisão que Braga contesta veementemente.
Para o deputado do PSOL, o julgamento é resultado de um acordo político liderado por Lira, a quem acusa de perseguição. O parlamentar alagoano nega qualquer articulação nesse sentido.
Enquanto aguarda a deliberação do plenário, Glauber Braga segue recluso em uma sala do Congresso, em quarentena voluntária, reforçando o tom dramático de seu protesto. A situação de saúde do deputado preocupa aliados e reacende o debate sobre os limites da atuação parlamentar e os métodos de manifestação política dentro do Legislativo.
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