Geddel Vieira Lima, aquele que foi encontrado durante a Operação Lava Jato com R$ 51 milhões escondidos em caixas e malas dentro de um apartamento de luxo em Salvador, deu uma nova demonstração de como funciona a impunidade no Brasil. Nesta quarta-feira (9), em entrevista à Rádio Baiana FM (89.3), ele comentou sobre a decisão que devolve ao Supremo Tribunal Federal (STF) o processo que o investiga, junto ao irmão, Lúcio Vieira Lima, por suspeitas de rachadinha e lavagem de dinheiro. E falou com a tranquilidade de quem parece conhecer bem os caminhos do sistema:
“Primeiro, eu recebo com tranquilidade. Segundo, isso está na primeira instância, e aí mudou. O STF mudou o entendimento de que todo mundo que em algum momento teve foro voltaria pra cá.”
Mais do que isso, Geddel indicou que já espera o desfecho previsível do caso:
“Esse processo é fruto de uma operação que foi anulada há sete anos pelo STF, por provas ilícitas, por ilegalidade na operação. Então o natural e o normal, a minha expectativa, é que isso vá ser absolutamente arquivado.”
Ao ser questionado se teme o avanço da investigação, ele sequer disfarçou:
“Preocupação zero. Zero preocupação a respeito do assunto.”
A declaração de Geddel não é apenas um deboche público, mas a confirmação de uma dura realidade: a certeza da impunidade se tornou regra no Brasil. O ex-ministro apenas verbalizou aquilo que a população já sabe: neste país, aqueles com influência sempre encontram maneiras de escapar da Justiça.
No Brasil, há precedentes claros. O país viu um ex-presidiário, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, não apenas recuperar seus direitos políticos, mas também retornar ao mais alto cargo da República. A mensagem é evidente: mesmo após escândalos bilionários, condenações e prisões, é possível não apenas se livrar das penas, mas reassumir o poder com respaldo institucional.
Geddel não é exceção, mas sim um exemplo escancarado de como funciona o Brasil real. A Justiça que deveria punir, absolve. As leis que deveriam valer para todos são reescritas para beneficiar poucos. Os poderosos moldam as regras a seu favor, escapam de condenações e riem da cara do povo.
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