O deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), ex-líder do partido na Câmara, defendeu que a legenda tome uma posição clara sobre a sucessão presidencial até o fim de 2025. Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (9/4), Elmar comentou o futuro da sigla após a saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações, e disse que permanecer no governo Lula sem apoiá-lo seria incoerente.
“Não é justo o partido ficar até junho do ano que vem no governo e não ir com o presidente. Tem que deixar o governo até o fim deste ano se não for apoiar o Lula. Não é correto chegar no meio do ano que vem e mudar de lado. Hoje, a maioria não vai com o governo”, afirmou o parlamentar.
Sobre o cenário para 2026, Elmar acredita que a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) — ou alguém apoiado por ele — deve continuar. Nesse contexto, minimizou a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), lançada na última sexta-feira (4), em Salvador.
“Você tem uma parte que apoia o Caiado, uma parte que quer um candidato da direita, e uma parte que é do governo. Está dividido. Eu vejo um Brasil polarizado entre o presidente Lula e o ex-presidente Bolsonaro, ou um candidato dele. Não vejo, em 2026, possibilidade de fugirmos dessa polarização. O Caiado aposta numa coisa diferente. Se ele conseguir, vou me render e dizer que eu estava errado”, declarou.
Apesar de manter o discurso de “governabilidade” com o atual governo, Elmar não descarta o apoio do União Brasil a um nome da direita. Segundo ele, essa decisão vai depender do perfil do candidato que surgir no campo conservador.
“Tem candidato que não dá pra ir, e tem candidato que pode convergir todo mundo. Bolsonaro dá para ir, se a Justiça Eleitoral o liberar”, pontuou.
Caso Bolsonaro permaneça inelegível, o deputado aponta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como alternativa mais viável.
“Com Tarcísio, vai todo mundo. É uma escolha pelo pragmatismo. Vai o mercado financeiro, vão os sete governadores da direita. Mas o Tarcísio só vai se for convocado pelo Bolsonaro. Aí vai todo mundo, falando dos partidos de centro”, concluiu Elmar, descartando, por ora, a viabilidade de uma candidatura competitiva de Caiado.
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