O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, prestou esclarecimentos nesta segunda-feira (7) a 17 dos 24 deputados distritais da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), durante uma sabatina que durou quatro horas. O foco foi a operação de compra do Banco Master, avaliada em R$ 2 bilhões.
Durante a reunião, os parlamentares questionaram a motivação da aquisição, a origem dos recursos utilizados e os riscos da operação ao Distrito Federal, já que o BRB é um banco público. Costa alegou que a divulgação prévia da compra não foi possível devido ao sigilo necessário, já que o Banco Master possui ações negociadas na Bolsa de Valores.
Segundo ele, os recursos envolvidos na aquisição são provenientes do próprio capital do BRB, oriundo de investimentos, e não do dinheiro dos contribuintes. Sobre rumores de que o BTG Pactual teria oferecido R$ 1 para assumir o Master, o presidente afirmou que a própria instituição financeira negou essa informação.
Dúvidas e críticas
Apesar das explicações, deputados da base e da oposição consideraram a reunião inconclusiva. O deputado Gabriel Magno (PT) apontou lacunas, especialmente sobre os chamados “ativos podres” do Master, que poderão ser excluídos da compra. “Hoje, ele [Costa] falou que R$ 23 bilhões desses ativos ruins podem ficar fora da transação, mas esse número pode aumentar, dependendo do estudo em andamento”, afirmou o parlamentar.
Outro ponto levantado foi o fato de o BRB adquirir 58,6% do capital do Master, mas ficar com menos de 50% das ações ordinárias, o que impediria o banco público de ter controle direto sobre a instituição adquirida. “Estamos tentando entender a lógica desse negócio”, disse o deputado Fábio Félix (PSol).
Legalidade da operação em discussão
Ainda há dúvidas se a operação precisa ser submetida à aprovação da CLDF. O presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), afirmou que a Procuradoria está analisando o caso. “Se estiver no plano de negócios do BRB, não há necessidade de aval da Câmara. Estamos aguardando”, pontuou.
Continuidade do debate
De acordo com o deputado Eduardo Pedrosa (União), Paulo Henrique Costa se colocou à disposição para prestar novos esclarecimentos, seja por documento ou em uma nova audiência pública.
A operação, segundo Costa, começou a ser desenhada em janeiro de 2025. Desde agosto de 2024, o BRB já vinha adquirindo carteiras de crédito consignado do Master, com taxas superiores às praticadas pela própria instituição brasiliense — outro ponto que levantou críticas dos parlamentares.
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