O Partido Novo vai apostar alto nas eleições de 2026. Em entrevista ao Poder360, o presidente da legenda, Eduardo Ribeiro, confirmou que o ex-deputado federal e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, será lançado como candidato ao Senado pelo Paraná. A sigla pretende concentrar esforços na renovação da chamada "Casa Alta", que, segundo Ribeiro, “se apequenou diante dos arbítrios do Supremo Tribunal Federal”.
Dallagnol foi eleito deputado federal em 2022 pelo Podemos com expressiva votação – 344 mil votos –, mas teve o mandato cassado em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tribunal entendeu que ele antecipou sua exoneração do Ministério Público para evitar sanções administrativas que poderiam torná-lo inelegível.
Apesar da cassação, o Novo considerou que seus direitos políticos seguem intactos. A filiação ocorreu em setembro do mesmo ano, driblando o estatuto do partido que proíbe o ingresso de políticos com "ficha suja". A legenda defende que a penalidade aplicada pelo TSE não configura impedimento jurídico à nova candidatura.
Dallagnol chegou a ser cotado como pré-candidato à Prefeitura de Curitiba, mas o partido recuou em maio de 2024, optando por apoiar Eduardo Pimentel (PSD), que acabou vencendo o pleito.
Além de Dallagnol, o Novo também deve lançar ao Senado os deputados federais Marcel van Hattem (RS) e Ricardo Salles (SP), este último ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro.
Na entrevista, Eduardo Ribeiro afirmou que o Senado precisa recuperar sua força institucional e desempenhar um papel mais firme frente ao Supremo. “A eleição para o Senado será central. É preciso eleger nomes comprometidos com o impeachment de ministros que abusam de suas prerrogativas”, disse.
Ribeiro também abordou o cenário para a corrida presidencial. Embora considere cedo para definir candidaturas, o presidente do Novo afirmou que, na ausência de Jair Bolsonaro (PL), a sigla defende o nome de Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais, como alternativa da direita.
“Se o Bolsonaro não conseguir se viabilizar, [defendemos] uma pré-candidatura em torno do nome do Romeu Zema, para ser a opção da direita em 2026”, declarou. O dirigente acredita que a força eleitoral de Zema em Minas – segundo maior colégio do país – poderá ser decisiva, comparando o estado a um “swing state” das eleições norte-americanas.
Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE por oito anos após condenação por abuso de poder político. Apesar disso, segue se colocando como pré-candidato e nega qualquer discussão sobre sucessão. Recentemente, demonstrou força política ao reunir sete governadores em um ato pedindo anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Entre os nomes presentes estavam, além de Zema, Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR) – todos cotados para herdar o legado bolsonarista em 2026.
A entrevista completa com Eduardo Ribeiro irá ao ar neste sábado, 12 de abril.
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