O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pela anistia aos condenados do 8 de Janeiro, realizado no último domingo (7) na Avenida Paulista, publicou um vídeo nas redes sociais nesta segunda-feira (8) para contestar os dados divulgados por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) sobre a quantidade de participantes na manifestação.
“Faço um vídeo para desmascarar a farsa dos números dos esquerdopatas da USP sobre a quantidade de pessoas em manifestações. Eles dizem que a metodologia deles tem 72% de precisão”, afirmou Malafaia.
Cálculo alternativo
De acordo com os dados da equipe de pesquisadores da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS) e do Grupo de Estudos de Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai-USP), o ato reuniu cerca de 45 mil pessoas na avenida. Para efeito de comparação, a manifestação organizada por movimentos de esquerda no mesmo local, em março, foi estimada em 6.600 pessoas.
Malafaia, no entanto, apresentou cálculos próprios, alegando que a Avenida Paulista cheia comportaria até 744 mil pessoas, e estimou, a partir de imagens aéreas e comparação visual, que o ato contou com entre 450 mil e 500 mil participantes.
“A olho nu, a manifestação de domingo tinha muito mais do que 20 vezes a manifestação do PT. Eu vou dar um desconto de mais de 30%, afinal não tinha gente nos finaizinhos da Paulista e tinha alguns flancos no meio”, disse o pastor.
Metodologia da USP
Os pesquisadores da USP utilizam ferramentas como análise de imagens de drones, densidade de ocupação e estimativas por metro quadrado, com margem de erro declarada em até 28%. A metodologia é aplicada a diferentes manifestações públicas e busca oferecer uma alternativa à contagem oficial, que normalmente é feita por órgãos como a Polícia Militar — que, neste caso, não divulgou números oficiais.
O embate sobre os números de público em manifestações tem sido frequente em atos políticos no Brasil e voltou à tona diante da polarização em torno do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que ainda está em debate no Congresso Nacional.
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