Lideranças do PT avaliam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), perderá credibilidade caso coloque em votação o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. A avaliação vem após o ato liderado por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, no domingo (6), onde apoiadores do ex-presidente pressionaram publicamente Motta a avançar com a proposta.
Durante a manifestação, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento e aliado de Bolsonaro, atacou o presidente da Câmara, chamando-o de “opositor” por ainda não ter pautado o projeto. Para petistas, a estratégia bolsonarista foi uma tentativa de intimidação, e ceder a essa pressão significaria uma rendição ao bolsonarismo.
Atualmente, o PL da Anistia está parado na Câmara. Para aliviar a tensão com a oposição, Motta tem sinalizado a criação de uma comissão especial para debater o tema, enquanto aliados de Bolsonaro pressionam por uma votação direta em plenário.
Nos bastidores, o presidente da Câmara tem reforçado que qualquer movimento sobre a anistia será coordenado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Motta pretende conversar com Alcolumbre ainda nesta semana para evitar avançar com o projeto sem respaldo do Senado, o que poderia isolá-lo politicamente e aumentar seu desgaste com ministros do STF.
A anistia aos condenados do 8 de janeiro continua sendo um dos temas mais sensíveis no Congresso, dividindo opiniões e gerando embates entre governo e oposição.
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