Em entrevista concedida ao Brado Jornal na manhã desta quarta-feira (26), o prefeito de Luís Eduardo Magalhães (LEM), Júnior Marabá (PP), fez uma análise sobre o cenário político do estado da Bahia, especialmente as eleições de 2022. Durante a conversa, Marabá comentou sobre a derrota do líder da oposição no estado, ACM Neto (União Brasil), para o petista Jerônimo Rodrigues.
Marabá afirmou que, para exercer a liderança em um estado com 417 municípios como a Bahia, é essencial estar presente e manter aliados tanto nos bons quanto nos maus momentos.
"Quando parte para uma liderança em um estado tão grande, tem que ser presente, tem que ter aliados nos momentos bons e ruins. E o que vimos foi uma série de falhas e erros. Passamos por 2018, onde seu candidato foi derrotado, e em 2022 não houve gestão, organização, nem participação das lideranças dele no interior", destacou.
Ele também se mostrou cético quanto à possibilidade de ACM Neto liderar a oposição em 2026, afirmando que os resultados negativos nas últimas eleições são indicativos de um cenário desafiador.
Marabá, que foi reeleito com impressionantes 83% dos votos, também falou sobre a relação com ACM Neto, afirmando que nunca teve proximidade com o ex-prefeito de Salvador. Questionado se havia recebido uma ligação de Neto após sua reeleição, Marabá foi enfático: "Não, nunca recebi".
O prefeito revelou que o contato entre o então candidato ao governo e o prefeito de LEM foi mínimo durante a campanha de 2022.
"Em 2022, o contato era pequeno. Não havia discussão de projeto. Foi uma campanha fria, sem proximidade", completou.
Bahia Farm Show: uma vitrine para o agronegócio
A cidade de Luís Eduardo Magalhães, que se destaca como um polo de tecnologia e inovação, foi também um dos temas abordados na entrevista. Marabá ressaltou a importância da Bahia Farm Show, um dos maiores eventos do agronegócio do Nordeste, que ocorre anualmente em LEM.
O evento, segundo ele, já está entre as três maiores feiras do Brasil em volume de negócios e lidera as vendas por visitantes.
"Na edição do ano passado, tivemos uma renda de 10 bilhões de reais e recebemos mais de 100 mil visitantes. Para este ano, temos expectativa de superarmos esses números", comentou.
A feira, que ocorrerá de 9 a 14 de junho, é projetada para crescer a cada edição, proporcionando novas oportunidades de negócios e criando um ambiente para networking e capacitação por meio de palestras e oficinas.
Investimentos em infraestrutura e novas perspectivas para LEM
Marabá também falou sobre a infraestrutura de LEM, mencionando a possível construção de um aeroporto na cidade.
"O governador entregou a reforma do aeródromo, construiu um terminal e foi me sinalizada a municipalização do aeroporto. Vou trabalhar para adaptar a pista e começar a ter voos comerciais, pois temos demanda", afirmou. Para ele, a melhoria na logística da cidade contribuirá para atrair mais investimentos.
Planos para a Câmara dos Deputados
Outro ponto de destaque foi a declaração de Marabá sobre sua intenção de se candidatar à Câmara dos Deputados. Ele explicou que sua motivação é a falta de representação da região Oeste da Bahia na câmara federal.
"Nossa região não tem representante na Câmara. Temos 39 representantes da Bahia, mas nenhum do Oeste. Meu desejo é representar essa região, e as lideranças, amigos e prefeitos têm me incentivado a isso", disse. No entanto, Marabá enfatizou que a política é uma construção e não uma imposição.
Reflexões sobre o cenário político nacional
Em relação ao cenário político nacional, Marabá se mostrou crítico tanto de Lula quanto de Bolsonaro. Para ele, a eleição de 2022 foi marcada por discursos ideológicos que não abordaram questões cruciais para o Brasil, como a geração de empregos e a industrialização.
"É hora de começarmos a ter projetos de distribuição que agreguem valor ao país. A industrialização é essencial para a justiça social", afirmou.
Sobre o futuro político de Lula, Marabá acredita que o presidente enfrentará dificuldades em seu mandato, e mesmo dentro do PT, terá desafios para indicar um sucessor.
No campo da centro-direita, o prefeito apontou a falta de um nome consolidado para a presidência, mencionando a figura de Jair Bolsonaro, que está inelegível, mas ainda alimenta o desejo de retornar ao pleito.
"Temos também Tarcísio, um grande nome, mas não sabemos se ele vai deixar o governo de São Paulo para disputar a presidência", concluiu.
Com uma visão crítica e pragmática sobre a política local e nacional, Júnior Marabá demonstrou confiança no futuro de Luís Eduardo Magalhães, ao mesmo tempo em que posicionou-se como um líder regional com aspirações maiores no cenário político baiano e federal.
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