O presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu ao adotar um tom mais rígido sobre segurança pública, marcando uma reviravolta que representa um revés para o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante uma solenidade, Lula afirmou que o Brasil não pode se tornar uma "República de ladrões de celular" e reforçou: "Lugar de bandido não é na rua". A declaração contrasta com sua postura anterior sobre o tema e reflete uma nova estratégia do governo diante da crescente preocupação da população com a criminalidade.
A mudança de discurso não foi por acaso. Pesquisas de opinião indicam que segurança pública é um dos pontos mais sensíveis para os brasileiros e uma das fragilidades do governo. O novo ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, identificou esse cenário e orientou a mudança na narrativa presidencial. Além disso, há pressão do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para que o governo apoie a chamada PEC da Segurança, que prevê maior integração entre as forças policiais.
A PEC da Segurança, defendida por Lewandowski, estava paralisada na Casa Civil, onde Rui Costa segue a linha da ex-presidente Dilma Rousseff ao considerar que o tema deve ser tratado pelos estados, sem interferência federal. A proposta busca uma maior cooperação entre as polícias, algo que o crime organizado já faz. Recentemente, as facções PCC e Comando Vermelho selaram um pacto de aliança, reforçando a necessidade de ação coordenada por parte do Estado.
Historicamente, o Partido dos Trabalhadores evita o discurso repressivo na segurança pública, enfatizando a abordagem social. Em 2022, Lula mencionou o roubo de celulares sob uma ótica diferente, afirmando que "não se pode permitir que jovens continuem tendo como razão de vida roubar celular para sobreviver". A frase ainda é usada pela oposição para acusá-lo de conivência com criminosos.
Nos bastidores, um assessor do presidente resumiu a mudança de tom: "A ficha caiu". Resta saber se a nova retórica será acompanhada de ações concretas ou se permanecerá apenas como uma resposta às pressões políticas e eleitorais.
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