Uma "brincadeira infantil" realizada por um diplomata do Ministério das Relações Exteriores (MRE) acabou provocando uma investigação da Polícia Federal (PF) e gerando repercussão interna no Itamaraty. O incidente envolveu um desenho de um "pênis com asas", popularmente conhecido como "caralho voador", enviado ao primeiro-secretário Cristiano Ebner, chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor (DSS).
O caso teve início quando Ebner recebeu uma carta de uma suposta “Fundação Kresus”, sem identificação do remetente, contendo apenas o desenho mencionado. Sem achar graça no ocorrido e temendo pela sua segurança, devido à natureza do seu trabalho, Ebner encaminhou o caso à Corregedoria do MRE. A situação ganhou mais seriedade quando ele foi orientado pela embaixadora Daniella Ortega a levar o caso à Justiça, o que resultou na abertura de um inquérito pela PF.
Em agosto de 2024, a investigação revelou que o autor da brincadeira era Pablo Cardoso, embaixador do Brasil em Lisboa e ministro-conselheiro na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Cardoso, que havia recebido uma instrução da DSS em uma sexta-feira, decidiu enviar o desenho como uma "pegadinha infantil", em um momento de descontração. O diplomata revelou sua identidade ao chefe do DSS dois meses depois, via WhatsApp, e pediu que Ebner desistisse da representação, mas o caso foi mantido.
Em outubro de 2024, Cardoso assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a manter um comportamento adequado ao cargo por 24 meses. Apesar disso, a Corregedoria decidiu não abrir um Processo Administrativo Disciplinar, e a PF arquivou o caso por falta de elementos para caracterizar um delito de ameaça. Pablo Cardoso, por sua vez, foi agraciado com uma nova missão: chefiar uma embaixada no exterior, com destino a Guiné-Bissau.
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