Após a polêmica de trabalho escravo, o deputado Júnior Muniz (PT) protocolou um projeto de lei na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) que propõe a mudança do nome da Avenida Henry Ford, localizada em Camaçari, para a Avenida BYD. A iniciativa busca homenagear a montadora chinesa, que está investindo na construção de uma fábrica de carros elétricos no município da Região Metropolitana.
Muniz defende que a instalação da fábrica da BYD terá um grande impacto econômico e industrial para a Bahia, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e impulsionando o desenvolvimento da região. “A fábrica deve gerar empregos e promover a adoção de tecnologias limpas, sendo uma líder na produção de veículos elétricos. A mudança do nome da avenida tem como objetivo promover a mobilidade sustentável”, afirmou o parlamentar.
O projeto agora segue para análise nas comissões temáticas da Alba e, caso seja aprovado, será votado pelo plenário. Além dessa proposta, o deputado é autor de outras iniciativas relacionadas à BYD e à mobilidade sustentável, como o projeto que concede o Título de Cidadã Baiana a Stella Li, executiva da montadora, e a defesa da isenção de IPVA para carros elétricos no estado.
Porém, a construção da fábrica da BYD em Camaçari também gerou controvérsias. Cerca de 163 trabalhadores chineses foram resgatados de condições de trabalho análogo à escravidão na obra de construção da fábrica. A informação foi divulgada durante uma coletiva de imprensa do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) na segunda-feira (23). Os trabalhadores foram encontrados em alojamentos degradantes, com camas sem colchões, falta de armários, e condições precárias de higiene. Além disso, os banheiros eram insuficientes, com um caso em que havia apenas um banheiro para 31 trabalhadores.
Em resposta, a BYD informou que recebeu a notificação do Ministério do Trabalho e Emprego sobre as irregularidades cometidas pela construtora terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda e decidiu encerrar o contrato com a empreiteira. A montadora também afirmou que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana, transferindo os trabalhadores para hotéis na região.
A fábrica da BYD em Camaçari, que exigirá um investimento de R$ 3 bilhões, promete gerar mais de 5 mil empregos e fortalecer a presença da montadora nos setores de veículos elétricos, baterias, painéis solares e eletrônicos, mas o incidente com os trabalhadores levanta questões sobre as condições de trabalho na obra.
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