O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) classificou a decisão do governo de Donald Trump de taxar em 25% o aço brasileiro de “equivocada”, mas defendeu o diálogo antes de recorrer à reciprocidade, como já fizeram a União Europeia e o Canadá.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, está conduzindo as negociações com o governo dos Estados Unidos para encontrar uma solução à taxação. Em declaração dada nesta quinta-feira (13), ele afirmou que “entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego. O caminho é ganha-ganha. Reciprocidade e buscar o diálogo.”
Apesar de considerar a medida como “equivocada”, Alckmin minimizou os efeitos da taxação, afirmando que ela não foi direcionada exclusivamente ao Brasil, mas a todos os fornecedores de aço aos Estados Unidos. No entanto, ele ressaltou que a balança comercial é favorável aos norte-americanos, destacando que, dos dez produtos que os Estados Unidos mais exportam ao Brasil, em oito a alíquota é zero.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se manifestou a favor da reciprocidade à taxação, mas o governo tem adotado cautela antes de aplicar qualquer sanção. Na última quarta-feira (12), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu sugestões da indústria do aço sobre possíveis soluções.
Nesta sexta-feira (14), está prevista uma reunião com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, para apresentar alternativas que possam reduzir a taxação.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicou que o Brasil terá perdas de US$ 1,5 bilhão com a medida, além de uma possível queda de 2,19% na produção e 11,27% nas exportações do aço. O impacto seria de cerca de 700 mil toneladas a menos na produção deste ano.
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