O ex-ministro da Justiça Anderson Torres apresentou sua resposta preliminar à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Em sua defesa, ele qualificou a acusação como uma “obra de ficção”, comparando-a ao manual de caça às bruxas da Santa Inquisição, e pediu que a denúncia fosse rejeitada por falta de provas, além de solicitar que seu caso fosse transferido para a 1ª Instância.
A defesa, liderada pelo advogado Eumar Roberto Novacki, refuta as alegações de que Torres teria agido ou se omitido em favor dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. A viagem de férias de Torres para a Disney, em Orlando, teria ocorrido em novembro de 2022, antes de qualquer manifestação relacionada aos eventos de 8 de janeiro, e os advogados afirmam que ele não agiu ou se omitiu de forma criminosa durante esse período.
A defesa também argumenta que a denúncia é “vaga, genérica e imprecisa” e que Torres está sendo acusado apenas por sua vinculação com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que, segundo os advogados, não configura crime algum. Além disso, os advogados questionam a competência do STF para julgar o caso, uma vez que Torres não possui foro privilegiado, e pedem que o processo seja tratado na 1ª Instância.
Outro ponto abordado pela defesa é a acusação de que Torres teria se associado a uma organização criminosa armada e participado de uma tentativa de golpe de Estado. Os advogados negam essas acusações e argumentam que a denúncia não apresenta provas de violência ou grave ameaça por parte do ex-ministro. Em relação à minuta do golpe encontrada em sua residência, a defesa questiona a veracidade do documento, afirmando que ele pode não ser o mesmo reconhecido por outros militares envolvidos na investigação.
Torres é acusado de se associar a uma organização criminosa armada, tentar abolir o Estado Democrático de Direito e realizar um golpe de Estado, além de causar dano ao patrimônio público e colaborar com os atos golpistas de 8 de janeiro. A denúncia também inclui outros denunciados, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, que apresentaram suas defesas negando as acusações. O caso está em andamento no STF, com outros denunciados também apresentando suas respostas.
Os prazos para a apresentação de defesas estão se encerrando, com o general Braga Netto e o almirante Almir Garnier tendo até sexta-feira (7 de março) para apresentar as suas respostas.
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