Ciro Nogueira critica comunicação de Lula e prevê saída do PP do governo

O senador afirmou que o partido está perto de "desembarcar" da base do governo, culpando a estratégia de comunicação de Sidônio Palmeira pela crescente rejeição a Lula
Por: Brado Jornal 27.fev.2025 às 10h11
Ciro Nogueira critica comunicação de Lula e prevê saída do PP do governo
Fábio Pozzebom/Agência Brasil

O senador e presidente do Partido Progressistas (PP), Ciro Nogueira (PI), disse que o novo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo, o publicitário Sidônio Palmeira, “está acabando” com o presidente Lula (PT) ao deixá-lo à vontade para falar em público.

Nogueira também afirmou que o seu partido deverá “desembarcar” do governo Lula. Apesar de ser oposição, o PP ocupa uma pasta no governo petista com o ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA).

As declarações foram dadas em entrevista concedida à Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (27).

“Não queria, mas está muito próximo de termos de reunir o partido e tomar uma decisão definitiva de desembarcar. Gosto muito do ministro Fufuca, mas, se o governo não tiver uma mudança radical de rumos para o país, não tem nem como a gente, daqui a pouco, permitir que os membros do partido participem desse governo”, disse Ciro Nogueira à Folha. O senador também é ex-chefe da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na opinião de Nogueira, o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-MG), também deveria ficar de fora do governo.

Nogueira ainda disse que uma eventual saída do PP da base do governo ocasionaria uma saída em massa de outros partidos. Na avaliação do senador, as siglas União Brasil, Republicanos e PSD dificilmente permaneceriam no governo.

O senador disse que está “pressionado” para tomar uma decisão sobre a permanência do PP no governo, mas não quer ser o causador de uma “insolvência”.

Segundo Nogueira, a tendência é de que, apesar da desaprovação crescente, a rejeição ao presidente Lula não atingirá o patamar registrado durante o governo Dilma, o que deu condição para o impeachment da petista.

“Acho que o governo tem um piso de aprovação. Porque uma coisa é tirar a Dilma [Rousseff] como a gente tirou. A Dilma tinha 7%. Lula nunca vai chegar a 7%. Então, acho que o ideal é dar governabilidade ao país para a gente fazer uma transição. Se eu fosse o presidente Lula, o mais rapidamente possível, eu anunciava que não era candidato e virava essa página”, disse.

Para o senador, é muito “difícil” que o presidente Lula se reinvente e mude o cenário atual.

“A forma dele de se comunicar está muito errada. Quem está acabando com o Lula é o Sidônio, a exposição dele. O cara fala 20 minutos, aí uma derrapada é o que mais vai para a internet”, afirmou.

“Na época da campanha, Bolsonaro falando muito na TV era ruim. Quando botava o Lula falando, era bom para o Lula. Sidônio veio com essa imagem e é isso que está acabando com o Lula. Aí bota um monte de gente aplaudindo qualquer coisa que ele faz e ele fala aquelas besteiras. As pessoas enjoaram dessa forma de se comunicar. Eu aprendi uma coisa: quando o governo está mal, quanto mais você fala, pior. Porque as pessoas criam mais resistência. Eles acham que o Lula, por ser um grande líder, tem capacidade de convencer as pessoas. Estão expondo demais e isso está sendo o suicídio dele”, completou Nogueira.



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