Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou frustração com os vazamentos à imprensa sobre sua reforma ministerial. Relatos indicam que o petista não vê com bons olhos o fato de ministros sob risco de demissão tomarem conhecimento de suas substituições por meio da mídia.
Recentemente, foi revelado pela Folha de S.Paulo que Lula planeja substituir a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O mais surpreendente é que a própria ministra soube da decisão por notícias veiculadas, o que gerou insatisfação entre seus aliados. O Palácio do Planalto, em particular, demonstra apreensão com a reação de Nísia a essa situação. O presidente marcou para terça-feira (25) uma reunião com a ministra, com o intuito de formalizar acordos sobre a produção de vacinas e insumos. A expectativa é que, após essa cerimônia, a reforma ministerial seja finalmente desencadeada.
No entanto, outras movimentações já são especuladas. O atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, deve ser transferido para a pasta da Saúde. Além disso, outro nome em alta é o de Márcio Macêdo, titular da Secretaria-Geral da Presidência, cuja substituição por Gleisi Hoffmann, presidente do PT, é vista como uma possibilidade. Gleisi também é cotada para a SRI ou até para o Ministério de Desenvolvimento Social, cargo atualmente ocupado por Wellington Dias, que pode ser deslocado para a liderança do governo no Senado.
As negociações para a reforma ministerial, que já se arrastam há meses, ganharam força nas últimas semanas, especialmente com a queda na popularidade de Lula. De acordo com fontes próximas ao presidente, ele tem realizado encontros confidenciais na Granja do Torto, fora de sua agenda oficial, para tratar do tema. Durante esses encontros, Lula teria alertado seus interlocutores de que qualquer vazamento de informações poderia fazer com que ele reconsiderasse as mudanças planejadas.
A movimentação no governo tem gerado expectativas sobre quem ocupará a vaga deixada por Padilha. O Centrão está pressionando por uma escolha que favoreça a relação com o Congresso, com nomes como o deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), que tem estreitas ligações com líderes da Câmara e do Senado. No entanto, sua falta de proximidade com Lula pesa contra ele, já que a SRI exige um contato constante e direto com o presidente.
Além de Bulhões, outros nomes estão sendo analisados, como o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), que é deputado licenciado, e Antonio Brito (PSD-BA), uma opção que agradaria ao setor político do centro.
A reforma ministerial também pode trazer mudanças no Ministério de Desenvolvimento Social, com a possível ascensão de Jaques Wagner (BA) ou José Guimarães (CE) para o cargo, ambos do PT. Caso Wagner assuma a função, isso poderia resultar na saída de Wellington Dias e em sua transferência para o Senado.
Por fim, para a pasta de Desenvolvimento Social, a ala técnica do governo sugere nomes como Esther Dweck (Ministério da Gestão) e Tereza Campello (BNDES), enquanto políticos como Simone Tebet (MDB) e Antonio Brito (PSD) também estão sendo cogitados para o cargo. A definição de nomes e a conclusão da reforma ministerial permanecem como um dos maiores desafios políticos de Lula no momento.
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