A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13.fev.2025), a operação Data Change, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que invadiu os sistemas de execução penal e de mandados de prisão mantidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os criminosos alteravam dados sobre o cumprimento de penas, permitindo que criminosos de alta periculosidade, incluindo membros de facções, progredissem de regime de forma fraudulenta.
Os agentes cumpriram 8 mandados de busca e apreensão em Goiânia, e há suspeitas de que advogados tenham participado das fraudes. A seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que está acompanhando as diligências.
Os criminosos alteravam as datas para progressão de regime, facilitando a transição de apenados do regime fechado para o semiaberto, onde, após romperem as tornozeleiras, se tornavam foragidos. A PF identificou fraudes em pelo menos 15 processos, embora o número possa aumentar com o andamento da investigação.
Essa não é a primeira vez que os sistemas do CNJ são invadidos. Em janeiro de 2023, o Banco Nacional de Mandados de Prisão foi acessado de forma irregular, resultando na inserção de documentos falsos, incluindo uma ordem de prisão falsa contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em relação a essa invasão, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República investigaram a parlamentar Carla Zambelli (PL-SP), acusada de encomendar a ação a Walter Delgatti Neto, conhecido pelo envolvimento no escândalo Vaza Jato. A deputada nega qualquer envolvimento no crime.
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