Em uma declaração inédita, o ministro da Defesa, José Múcio, confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu pessoalmente para que ele permanecesse no cargo. A revelação foi feita durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (10).
Múcio havia manifestado desejo de deixar o governo para se dedicar mais à família.
Durante a entrevista, Múcio detalhou a conversa com Lula, que ocorreu no final de 2024, quando o ministro julgava que poderia se afastar após a superação dos desdobramentos dos atos de 8 de janeiro. Segundo Múcio, Lula argumentou que o governo enfrentava um momento delicado e precisava de sua permanência.
“Olha, Múcio, nós estamos numa fase difícil. Somos amigos, eu sei das suas pretensões, que é estar mais à disposição da família e dos amigos, mas eu preciso que você fique, porque estamos com alguns desafios e não queria abrir mais um problema”, relatou o ministro.
Questionado sobre a duração de sua permanência no ministério, Múcio evitou compromissos claros. “Isso é outra história”, respondeu ao ser indagado se permaneceria até o fim do mandato presidencial, em 2026. Apurações do Drive indicam que o ministro deve seguir na função até dezembro de 2025.
A possível saída de Múcio era tida como certa nos bastidores da reforma ministerial. O ministro já havia informado a Lula, em dezembro, seu desejo de deixar o cargo, motivado por cobranças familiares para reduzir o ritmo de trabalho e pelo desgaste em equilibrar a tensa relação entre as Forças Armadas e o governo petista.
Com a decisão de manter Múcio até o final de 2025, especulações sobre possíveis sucessores foram temporariamente silenciadas. Antes da confirmação de sua permanência, os nomes mais cotados para assumir a Defesa incluíam o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixou o comando do Senado em 1º de fevereiro.
O pedido de Lula e a continuidade de Múcio refletem a necessidade do governo em manter estabilidade diante dos desafios que ainda marcam o cenário político e militar do país.
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