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"Se eu errar, o PT volta"

Entenda como a incompetência de Bolsonaro pavimentou o retorno de Lula ao poder
Por: Lorran Lima 07.fev.2025 às 21h40 - Atualizado: 07.fev.2025 às 21h42
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Jair Bolsonaro teve a chance de consolidar sua liderança e mudar o rumo do Brasil, mas, em um exercício de pura incompetência, acabou entregando o país de volta aos braços do PT. Quando assumiu a presidência, Lula estava preso, sem direitos políticos, e Bolsonaro teve a oportunidade histórica de desmantelar as bases do petismo. No entanto, uma série de decisões erradas e desastrosas, pavimentaram o caminho para o retorno do ex-presidiário Lula ao poder. Como Bolsonaro mesmo disse em uma frase famosa: "Se eu errar, o PT volta." E, infelizmente para o Brasil, ele errou feio.

Um dos maiores erros de Bolsonaro foi a indicação de Kassio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF). A nomeação de Nunes Marques, que parecia uma tentativa de agradar aliados, teve repercussões catastróficas. Foi após o voto de Nunes Marques, em 2021, que Lula teve a chance de disputar a eleição de 2022, quando o ministro deu o voto de minerva que tornou o ex-presidiário elegível novamente. Bolsonaro, ao fazer essa escolha, deu de bandeja ao PT uma chave que, ao invés de enfraquecer seus inimigos, fortaleceu a maior ameaça política do Brasil e da sua gestão.

Outro erro fatal foi a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Aras, um nome claramente alinhado com interesses petistas e contrários à operação Lava Jato, foi escolhido por Bolsonaro em 2019. Sua nomeação não só significou a morte da Lava Jato, como também consolidou o controle do PT sobre instituições essenciais. A operação, que havia sido um dos maiores instrumentos de combate à corrupção no Brasil, foi progressivamente enfraquecida sob sua gestão, minando a confiança no sistema de justiça.

Além disso, Bolsonaro cometeu outro erro crucial ao vetar a proposta que visava limitar as decisões monocráticas no STF. O sistema de decisões tomadas por um único ministro, sem colegiado, é uma das grandes falhas do sistema judiciário brasileiro, mas o ex-presidente optou por defender essa prática. Ao fazer isso, não só contrariou parte de sua base, como também deixou o STF ainda mais potente, o que, em alguns momentos, foi utilizado contra seus próprios interesses.

E, para completar esse quadro de falhas políticas, temos a omissão de Flávio Bolsonaro na CPI da Lava Toga, uma oportunidade crucial para investigar o STF e garantir que o Supremo não fosse um obstáculo à agenda do governo. Flávio, ao não assinar o requerimento para a CPI, demonstrou uma falta de comprometimento com a luta contra o establishment judicial e deu uma clara mensagem de fraqueza. Isso acabou deixando o campo livre para o PT agir.

Esses erros, somados a uma gestão descoordenada e sem uma visão clara de futuro, resultaram no que ninguém esperava: a entrega do Brasil ao PT. Bolsonaro, que deveria ser o responsável por garantir que o ciclo do petismo fosse definitivamente interrompido, falhou de forma retumbante. Em vez de aproveitar a oportunidade histórica para enfraquecer o PT, Bolsonaro foi tão incapaz que entregou o país de bandeja para Lula, permitindo que o ex-presidiário retornasse ao poder com uma força renovada. O legado de Bolsonaro não foi o de um líder forte, mas o de um governante que, por pura incompetência, facilitou o ressurgimento de seu maior adversário.



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