Em um movimento que soa mais como uma tentativa de vender uma realidade paralela do que uma prestação de contas séria, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anunciou em suas redes sociais o lançamento de um podcast nesta terça-feira, 4 de fevereiro. Segundo o próprio chefe do Executivo estadual, a iniciativa tem como objetivo "dialogar com a população e compartilhar as ações do governo".
Enquanto Jerônimo Rodrigues se dedica a gravar episódios para defender seu governo, a Bahia enfrenta uma crise sem precedentes em diversas áreas, especialmente na segurança pública. A violência assola o estado, com notícias diárias de homicídios, assaltos e crimes organizados que deixam a população refém do medo. A falta de segurança se tornou um problema estrutural, e a sensação é de que as autoridades simplesmente perderam o controle.
Mas não é apenas na segurança que o governo parece ter falhado. Os baianos enfrentam deficiências em setores essenciais, como saúde e infraestrutura. Hospitais superlotados, rodovias em estado precário e escolas com condições inadequadas são apenas alguns dos sintomas de uma gestão que aparenta estar mais preocupada com a própria imagem do que com soluções concretas para os problemas reais da população.
Nesse cenário de caos, o lançamento de um podcast soa como um insulto aos baianos que vivem essa realidade dura. Em vez de priorizar medidas emergenciais para conter a violência e melhorar os serviços públicos, Jerônimo Rodrigues escolhe se concentrar em uma estratégia de comunicação que tenta pintar um quadro positivo de sua gestão.
É evidente que a comunicação é uma ferramenta importante para um governo, mas usar um canal midiático para propagar uma narrativa desconectada da realidade é, no mínimo, desrespeitoso. O que a população espera de Jerônimo Rodrigues não é uma série de episódios de autopromoção, mas sim a adoção de políticas eficazes que devolvam a paz e a dignidade ao estado.
O lançamento do podcast, portanto, pode até servir como um palanque virtual para o governador, mas dificilmente será capaz de convencer os baianos de que a situação está sob controle. Fatos falam mais alto do que discursos bem ensaiados, e a Bahia precisa urgentemente de ações concretas, não de mais propaganda.
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