O senador Omar Aziz (PSD-AM) expressou críticas à possibilidade de a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), assumir a Secretaria-Geral da Presidência na reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preparando para a próxima semana. De acordo com fontes próximas a Lula, Gleisi teria sido convidada para o cargo, que também facilitaria a eleição da alta cúpula do PT.
Aziz, embora amigo de Gleisi, questionou a conveniência dessa escolha, apontando que a nomeação poderia gerar novas tensões dentro do governo. “Não será boa para o presidente Lula. Eu adoro a Gleisi, a Gleisi é minha amiga, não tenho nada contra ela, mas ela é militante”, disse o senador em entrevista ao UOL.
A Secretaria-Geral da Presidência é um cargo estratégico e de grande proximidade com Lula, sendo atualmente ocupado por Márcio Macêdo. A expectativa é que, se confirmada, a nomeação de Gleisi para o posto, além de reduzir um racha interno no PT, represente a saída de uma ala mais tradicionalista para dar espaço a uma corrente progressista. Porém, Aziz criticou o fato de Gleisi já ter criticado publicamente outros membros do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Como é que você vai botar uma ministra que faz crítica a outro ministro?”, questionou.
A possível troca também marca a saída de Gleisi da presidência do PT pouco antes de uma eleição interna no partido, que deve eleger o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT-SP), como novo líder da sigla. Essa mudança teria a função de diminuir as divisões internas do partido, mas também provocaria uma nova crise de governabilidade.
Além das críticas de Aziz, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, também demonstrou insatisfação com o atual cenário político e econômico, criticando especialmente a gestão de Haddad à frente do Ministério da Fazenda. Kassab afirmou que, com a atual situação do PT, o partido não estaria mais em uma posição de favoritismo para as próximas eleições presidenciais.
A insatisfação com o governo de Lula também reflete a busca do PSD por mais espaço na Esplanada, especialmente após conquistar a maior quantidade de prefeituras nas eleições municipais do ano passado. O partido cobra um maior reconhecimento e mais influência nas negociações políticas, especialmente com o foco nas eleições de 2026.
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