O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seu desejo de deixar o cargo ainda em 2024, alegando motivos pessoais e a vontade de passar mais tempo com a família. O pedido foi feito no final do ano passado. Aos 76 anos, Múcio indicou a interlocutores que pretende sair antes da reforma ministerial, prevista para o início de fevereiro, após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
Lula, por sua vez, tem tentado convencê-lo a permanecer no cargo, destacando o papel do ministro na aproximação das Forças Armadas com o governo petista e no apaziguamento da relação entre a cúpula militar e o Planalto.
Com a provável saída de Múcio, pelo menos cinco nomes estão sendo cogitados para assumir o Ministério da Defesa.
Kátia Abreu
A ex-senadora e ex-ministra é um dos nomes que José Múcio chegou a considerar sugerir. A escolha de Kátia seria inédita, colocando pela primeira vez uma mulher à frente da Defesa. Apesar disso, a ideia perdeu força nas últimas semanas.
Alexandre Padilha
Atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Padilha tem sido defendido pelo próprio Múcio como um possível sucessor. Histórico no PT, Padilha é visto como um nome com capacidade de diálogo, o que poderia facilitar o relacionamento com os militares. Essa não seria a primeira vez que Padilha sucederia Múcio em um cargo ministerial, repetindo o ocorrido em 2009, no segundo mandato de Lula.
Geraldo Alckmin
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) também está entre os cotados. Alckmin, conhecido por seu perfil conciliador, poderia ser uma escolha estratégica para o Planalto, caso ele deixe sua atual pasta.
Márcio Elias Rosa
Secretário-executivo do Mdic e próximo de Alckmin, Márcio Elias Rosa é outro nome mencionado. Com carreira no Ministério Público, foi secretário de Justiça e procurador-geral de São Paulo durante as gestões de Alckmin no estado.
Rodrigo Pacheco
Presidente do Senado até 1º de fevereiro, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também aparece entre os possíveis substitutos. A entrada de Pacheco no governo Lula seria estratégica para fortalecer a aliança com o PSD, partido considerado fundamental para a base aliada nas eleições de 2026. Há ainda a possibilidade de Pacheco ser indicado para o Ministério da Justiça, em substituição a Ricardo Lewandowski.
A saída de Múcio, se confirmada, pode ocorrer após a reforma ministerial ou em momento posterior, dependendo das articulações políticas em andamento. Enquanto isso, Lula trabalha para definir quem será o próximo responsável por comandar uma das pastas mais sensíveis do governo, especialmente em um contexto de reestruturação da relação com as Forças Armadas.
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