O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira (23) que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seria "um bom nome" para disputar a Presidência da República em 2026, caso ele não consiga reverter sua inelegibilidade. No entanto, Bolsonaro condicionou sua eventual aprovação à candidatura e vitória de Michelle à sua nomeação como ministro da Casa Civil.
“Não tenho problemas [com a candidatura de Michelle]. Sou casado com ela há 17 anos. Seria um bom nome, com chance de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”, disse em entrevista à CNN Brasil.
Apesar de considerar Michelle como uma alternativa, Bolsonaro afirmou que só endossará um nome ao Planalto “até os 45 do 2º tempo”, reiterando que continuará explorando possibilidades para disputar as eleições.
Michelle Bolsonaro está atualmente nos Estados Unidos, onde participou da posse do ex-presidente Donald Trump, que reassumiu o cargo pelo Partido Republicano na última segunda-feira (20).
Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação em episódios envolvendo alegações infundadas sobre urnas eletrônicas e atos com viés eleitoral no 7 de Setembro de 2022.
Mesmo com a restrição, ele se mantém como figura central da direita brasileira e já descartou a possibilidade de apoiar os filhos – o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – como sucessores na disputa presidencial.
O ex-presidente também comentou outros possíveis nomes para 2026, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO). Segundo Bolsonaro, ambos têm limitações em alcançar projeção nacional suficiente para disputar o Planalto.
Ele também avaliou a possibilidade de uma candidatura do cantor Gusttavo Lima, afirmando que, embora o artista não esteja “maduro” para a presidência, seria um “excelente nome” para o Senado.
A sugestão de Bolsonaro em assumir um cargo na Casa Civil em um eventual governo Michelle lembra a tentativa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o mesmo cargo em 2016.
Na época, a estratégia visava fortalecer a articulação política do governo no auge da Operação Lava Jato e evitar o avanço do processo de impeachment. No entanto, a nomeação foi barrada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, sob alegação de que havia intenção de Lula em escapar da jurisdição do então juiz Sergio Moro e interferir nas investigações.
O cenário de 2026 ainda depende de definições políticas e judiciais, mas Bolsonaro demonstra seguir como articulador ativo nos bastidores da direita brasileira.
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