O advogado Celso Vilardi, recém-nomeado para a equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defendeu punições rigorosas para aqueles que atentem contra a democracia, mas alertou que condenações não podem se basear exclusivamente em delações premiadas. A declaração foi dada em entrevista à Folha de S. Paulo nesta terça-feira (21).
Vilardi assumiu a defesa de Bolsonaro no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele afirmou que, embora mantenha críticas ao governo do ex-presidente, sua missão é assegurar que o processo seja conduzido de forma justa.
Delação de Mauro Cid em destaque
O caso envolve o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que apontou Bolsonaro e outros 39 indiciados como envolvidos na trama. Vilardi questionou a confiabilidade do delator, mencionando áudios divulgados pela revista Veja em que Cid critica a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
“Há uma suposta entrevista em que o próprio delator questiona a voluntariedade e a fidedignidade de uma acusação dele. Isso é público. Ele alterou sua versão significativamente nos 47 minutos do segundo tempo”, disse Vilardi, destacando que qualquer acusação precisa ser respaldada por provas robustas.
Histórico de críticas e busca por diálogo
Vilardi, que já criticou publicamente excessos do STF e do próprio governo Bolsonaro, é conhecido por sua postura moderada e trânsito nas cortes superiores. Ele espera que sua presença na defesa ajude a reduzir tensões entre o ex-presidente e o tribunal.
Apesar de ter afirmado em 2024 que não havia dúvidas sobre uma tentativa de golpe, Vilardi destacou que suas opiniões anteriores não se confundem com o mérito do caso atual. Ele ressaltou que não conhecia os autos do processo à época.
Cenário jurídico e desdobramentos
A investigação sobre a tentativa de golpe de 2022 continua a atrair atenção nacional e internacional. A prisão de Mauro Cid em 2024, por obstrução de Justiça e descumprimento de medidas cautelares, e sua posterior liberação em maio, são capítulos centrais da narrativa que envolve o ex-mandatário.
Vilardi reforçou seu compromisso com a defesa da democracia e reiterou que todas as alegações contra Bolsonaro devem ser examinadas com rigor, sem presunções ou base em delações sem corroboração.
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