Dois anos após os ataques de 8 de janeiro de 2023, Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira de 39 anos, fez uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo desculpas ao ministro Alexandre de Moraes pela pichação da estátua "A Justiça", em frente à Corte. A obra é avaliada entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.
Em sua carta, Débora alegou não conhecer o valor simbólico e material da estátua, e pediu desculpas pela ignorância sobre o significado do monumento. Ela também afirmou compreender agora a importância histórica da obra e reconheceu que a estátua tem um nome, o que desconhecia no momento do incidente. Apesar da solicitação, a missiva não resultou em uma decisão favorável, assim como outros pedidos feitos pela defesa.
Débora, que mora em Paulínia, no interior de São Paulo, é casada e mãe de dois filhos. Ela está detida no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro e sua defesa argumenta sobre a vulnerabilidade emocional de seus filhos, a ausência de antecedentes criminais e a falta de risco de reincidência. Além disso, os advogados ressaltam que ela não é filiada a nenhum partido político e não faz parte de grupos extremistas, alegando que sua ação foi impulsiva e sem a intenção de danificar o monumento.
O ataque à estátua ocorreu no contexto dos ataques aos Três Poderes, em 8 de janeiro, quando vários manifestantes depredaram edifícios públicos. Débora, no entanto, não entrou nas sedes dos Poderes, permanecendo apenas nas proximidades do local, onde pichou a escultura com a frase "Perdeu, mané", uma referência a uma fala do ministro Luís Roberto Barroso.
A defesa de Débora é conduzida pelos advogados Tanieli Telles Padoan e Hélio Júnior, que também representam outros acusados pelos ataques de 8 de janeiro.
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