Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques assume cargo na prefeitura de São José (SC) apesar de inquérito da PF

Nomeação ocorre após apoio na campanha eleitoral, mas Vasques segue sob investigação por supostas irregularidades durante as eleições de 2022
Por: Brado Jornal 08.jan.2025 às 09h44
Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques assume cargo na prefeitura de São José (SC) apesar de inquérito da PF
Lula Marques/Agência Brasil

Silvinei Vasques, ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi nomeado nesta terça-feira (7) para o cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação na Prefeitura de São José, localizada na Região Metropolitana de Florianópolis, Santa Catarina. A nomeação foi confirmada pelo prefeito reeleito Orvino Coelho de Ávila (PSD), que recebeu o apoio de Vasques em sua campanha de reeleição.

Vasques, que tem uma relação estreita com a família Bolsonaro, foi cogitado para assumir a prefeitura de São José, mas acabou sendo preterido em favor da ex-prefeita Adeliana Dal Pont, que foi escolhida pelo governador Jorginho Mello (PL-SC), devido a desavenças políticas com o atual prefeito.

Além da nomeação, o ex-diretor da PRF segue como alvo de um inquérito da Polícia Federal que investiga ações realizadas durante o segundo turno das eleições de 2022. O inquérito apura a realização de blitze por parte da PRF, supostamente com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores, especialmente no Nordeste, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha uma vantagem nas pesquisas em relação ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em resposta a uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, que proibiu qualquer operação da PRF relacionada ao transporte de eleitores, Vasques chegou a pedir votos para Bolsonaro em uma publicação em suas redes sociais, que foi apagada em seguida. Apesar da ordem, a PRF intensificou fiscalizações, especialmente no Nordeste.

Em agosto de 2023, Vasques foi preso sob acusação de uso irregular da máquina pública para interferir no processo eleitoral, mas foi libertado em agosto de 2024 após uma decisão de Moraes, que considerou que os elementos que motivaram sua detenção já não se aplicavam mais ao caso.



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