STF nega prisão domiciliar a Chiquinho Brazão, mas autoriza exame médico fora do presídio

Deputado federal, preso por suspeita de envolvimento no caso Marielle Franco, terá escolta da PF para consulta médica em Campo Grande (MS)
Por: Brado Jornal 03.jan.2025 às 08h09
STF nega prisão domiciliar a Chiquinho Brazão, mas autoriza exame médico fora do presídio
Lula Marques/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira (2) o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido). No entanto, Moraes autorizou que o parlamentar, atualmente detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), realize uma consulta com um cardiologista de sua escolha na cidade e exames necessários, sob escolta da Polícia Federal.

Conforme a decisão, a defesa deverá informar com antecedência de cinco dias a data, o horário e o local do procedimento. "Autorizo a imediata realização do exame de cineangiocoronariografia, que poderá ser realizado pelo médico cardiologista a ser indicado por João Francisco Inácio Brazão na cidade em que o réu está custodiado, mediante escolta a ser realizada pela Polícia Federal", determinou Moraes.


Histórico médico e pedido de prisão domiciliar

Brazão, preso desde março e apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018, teve sua prisão preventiva mantida. A defesa havia solicitado substituí-la por prisão domiciliar "humanitária", argumentando que o parlamentar apresenta problemas cardíacos graves.

O deputado é coronariopata, já passou por intervenção coronariana prévia e atualmente sofre de dores constantes no peito, segundo seus advogados. O quadro clínico, associado aos resultados de exames, indica riscos como infarto ou a necessidade de procedimentos urgentes, como cateterismo ou cirurgia cardíaca.

Em dezembro, Brazão foi avaliado por um cardiologista na prisão, que recomendou mais exames e possível cirurgia. Contudo, Moraes decidiu que os cuidados necessários podem ser realizados sob custódia, negando a solicitação de prisão domiciliar.


Cassação de mandato

Além das questões judiciais, Brazão enfrenta desafios políticos. Em agosto, o Conselho de Ética da Câmara aprovou a cassação de seu mandato. O deputado recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas teve o recurso negado.

O caso foi enviado ao plenário da Câmara, mas não foi pautado antes do recesso legislativo. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP), deixou a decisão para a próxima legislatura.

Chiquinho Brazão segue na Penitenciária Federal de Campo Grande enquanto enfrenta os desdobramentos legais e políticos de sua situação.



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