Durante uma cerimônia na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou a criticar a atuação do ex-juiz Sergio Moro (União-PR) e do ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) na Operação Lava Jato. Mendes, que recebeu o título de cidadão honorário de Brasília, afirmou que a cidade de Curitiba adquiriu uma má reputação devido às ações da força-tarefa.
“Não é a Curitiba que ficou mal-afamada por conta desses episódios de Moro, Dallagnol e companhia. Era a Curitiba que trilhava senhas para um outro Brasil que trilhamos e que foi extremamente importante”, declarou Mendes.
O magistrado relembrou sua visita a Curitiba em 1978, quando participou do 7° Congresso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que discutiu temas fundamentais para a redemocratização do país, como a anistia e o habeas corpus. Mendes destacou a liderança do jurista Raymundo Faoro no evento, que enfrentou resistência ao debater temas como o estado de defesa e de emergência.
O autor da homenagem, deputado Ricardo Vale (PT), elogiou Mendes e também criticou a Lava Jato: “Foi o ministro Gilmar Mendes a primeira autoridade do Judiciário a se manifestar publicamente contra os desmandos que vinham ocorrendo na famigerada operação Lava Jato”.
Após as declarações de Mendes, o senador Sergio Moro utilizou o X, antigo Twitter, para rebater: “Amamos Curitiba e o Paraná, e ninguém se importa com a opinião de Gilmar Mendes sobre nossa terra”.
A Operação Lava Jato, liderada por Moro e Dallagnol, teve seu ápice com a prisão do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2018. Condenado por corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá, Lula foi solto em 2019 após o STF decidir que réus só poderiam ser presos após o trânsito em julgado.
Em 2021, a Corte considerou Moro parcial nos julgamentos contra Lula e anulou as condenações, transferindo os processos para a Justiça Federal do Distrito Federal, que reconheceu a prescrição dos casos.
Dallagnol, por sua vez, teve seu mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por renunciar ao Ministério Público para evitar punições administrativas. Além disso, foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pagar R$ 75 mil por danos morais a Lula, devido a uma polêmica apresentação em PowerPoint que o vinculava a um esquema de corrupção.
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