O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta no Congresso Nacional para aprovar o projeto de lei da anistia, que poderia reverter sua condenação à inelegibilidade e permitir sua candidatura nas eleições presidenciais de 2026. Em uma entrevista ao jornal *O Globo*, ele destacou a importância do Legislativo, considerando-o mais relevante que o Executivo, referente à Presidência da República, e o Judiciário.
Bolsonaro reforçou que a possibilidade de reverter a inelegibilidade ganhou força após a vitória do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas eleições de 2016, e que esse fenômeno fortalece a direita ao redor do mundo.
“O Poder mais importante é o Legislativo. Depois, o Executivo… O Congresso é o Poder mais importante. Ninguém votou em pessoal do Supremo. Ninguém votou em ministro da República. O Poder mais importante é o do Congresso. A Constituição que entende dessa maneira. O Poder Judiciário é para dirimir conflitos”, afirmou Bolsonaro.
Sobre o papel do Judiciário, o ex-presidente fez duras críticas, acusando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de tentar “arranjar um golpe e condenar” por meio de suas investigações. “Eu nunca vi um golpe desarmado. Está uma sanha por parte de uma pessoa para arranjar um golpe e condenar. Isso já ficou feio. É joia, é vacina, é baleia, é leite condensado, é moedinha no espelho d'água do Alvorada”, disparou Bolsonaro, referindo-se a investigações envolvendo seu governo.
Bolsonaro também comentou sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, afirmando que a ação foi “construída pela esquerda”. "Eu não estava aqui no 8 de Janeiro. Eu estava fora", lembrou, sugerindo que o episódio não pode ser classificado como um golpe, uma vez que, segundo ele, um golpe ocorre em circunstâncias de violência, com o uso de armas. "O golpe é quando entro na sua sala, mato você, te prendo ou eu te mando para fora do país”, defendeu.
Bolsonaro também expressou preocupação com o julgamento de sua possível prisão, afirmando que uma detenção de um ex-presidente teria repercussões internacionais. “Jair Bolsonaro preso. Preso por quê? É óbvio que tem de ter uma causa justa. Tem de aplicar a lei”, disse.
Por fim, o ex-presidente comparou sua situação com outras anistias concedidas no Brasil, lembrando de casos em que pessoas envolvidas em atos violentos, como terrorismo e crimes de sequestro, foram anistiadas. “O Congresso anistiou gente que botou bomba no quartel, gente que matou gente, que sequestrou, que matou autoridades internacionais, ladrão de banco. Todo mundo se anistia lá”, concluiu.
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